Técnica extrai elementos protetores de patógenos para criar vacinas mais seguras

Por Brunno Câmara - segunda-feira, maio 14, 2012

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Pesquisadores da Arizona State University, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo método de seleção genética que pode acelerar o desenvolvimento de vacinas.

Por meio da técnica de triagem cuidadosa, apenas os elementos responsáveis pela indução de respostas imunitárias protetoras no hospedeiro são extraídos do agente patogênico e reagrupados em uma vacina mais eficaz e segura.

No passado, o processo de descoberta de vacinas envolvia a seleção aleatória de estirpes naturalmente atenuadas de vírus e bactérias, que foram proporcionam proteção em seres humanos.

Segundos a líder da pesquisa, Kathryn Sykes, nos últimos anos, muitas vacinas têm sido desenvolvidas utilizando apenas as partes selecionadas de um dado patógeno que confere imunidade. Estas vacinas chamadas de subunidade têm várias vantagens sobre as vacinas baseadas em organismos patogênicos inteiros.

Componentes genéticos que permitem que um dado patógeno evite a detecção imunológica, por exemplo, podem ser rastreados, assim como quaisquer fatores que provocam efeitos colaterais indesejados na vacina. Através de triagem cuidadosa, apenas os elementos responsáveis pela indução de respostas imunitárias protetoras no hospedeiro podem ser extraídos do agente patogênico e reagrupados em uma vacina de subunidade mais eficaz e segura.

Na prática, o processo de seleção de candidatos promissores para vacinas de subunidade tem sido muitas vezes demorado, trabalhoso e complicado. Agora, os pesquisadores desenvolveram uma estratégia que melhora a identificação de segmentos codificadores de proteínas a partir do genoma de um patógeno.

A técnica simples usa o sistema imune do hospedeiro para reduzir rapidamente qualquer genoma patogênico (de vírus, fungos, bactérias ou parasitas) a um punhado de antígenos capazes de conferir proteção. A vantagem desta técnica in vivo é que ela oferece um meio de rastreio rápido de genomas completos.

Esta abordagem promissora tem sido utilizada eficazmente para a criação de uma vacina contra a hepatite e pode fornecer um novo caminho para o desenvolvimento de agentes de proteção contra patógenos que têm escapado de vacinas tradicionais, incluindo HIV e ebola.

"A nova técnica melhorou a capacidade de encontrar componentes da vacina geralmente úteis que sirvam para melhorar e controlar a imunidade", conclui Sykes.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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