Tempo de protrombina (TAP, TP)

Por Brunno Câmara - terça-feira, maio 15, 2012

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O tempo de protrombina, TP ou TAP é realizado adicionando-se ao plasma descalcificado pelo citrato, um excesso de fator tecidual (tromboplastina).  Considerando que a protrombina é convertida em trombina num tempo uniforme, a adição de cálcio com quantidade conhecida de cloreto de cálcio produz a  coagulação  do  plasma.  O  tempo  entre  a  adição  do  cálcio  e  a  coagulação  é  chamado  tempo  de protrombina.

O tempo de protrombina é um teste para avaliar a via extrínseca e a via comum, ou seja, os fatores VII, X, V, II e o fibrinogênio. Assim, o tempo de protrombina estará aumentado em casos de deficiência de fibrinogênio  e  de  qualquer  um  dos  fatores  mencionados  anteriormente,  em  pacientes  que  fazem  uso  de anticoagulantes, nas  doenças  hepáticas  e  deficiência  de  vitamina  K,  pois  os  fatores  II,  VII  e  X  são dependentes desta vitamina.

O  teste  pode auxiliar no acompanhamento do uso de anticoagulantes e na avaliação do risco cirúrgico.

O tempo de protrombina,  consiste na determinação do tempo de coagulação de um plasma citratado, após a  adição  de  tromboplastina  (fator  III)  e  de  cálcio,  à  37°C.  A  adição  de  um  excesso de tromboplastina promoverá a ativação de todo o fator VII contido na amostra de plasma. O fator VIIa assim ativado,  ativará  o  fator  X,  iniciando  a  via  comum  da  coagulação.  Desta  forma,  o  TAP  mede  os  fatores envolvidos na Via  Extrínseca e na Via Comum.

A tromboplastina é um reagente obtido no cérebro humano,  de coelho de boi ou de macaco. Ele contém o fator  tissular, composto por uma parte protéica e uma parte fosfolipídica que substitui o fator 3 plaquetário (F3P), na ativação dos fatores que se ligam a fosfolipídeos de membrana. O TP é sensível  a redução  dos  fatores: VII, X, V, II  e I.

O TP  é o teste  mais  sensível  para  avaliação  da  redução  dos  fatores vitamina  K  dependentes  (II, VII, IX e X),  sendo  o  teste  usado  no  controle  de  paciente  em  uso  de anticoagulante orais.

RNI (RELAÇÃO NORMALIZADA INTERNACIONAL)

Como  são  usados  diferentes  tipos  de  fator  tissular  no  reagente  de  TP,  a  Organização  mundial  de  Saúde preconizou  o  uso  do  RNI  para  padronizar  mundialmente  o  resultado  obtido  durante  o  teste.  Isso  significa que o resultado do RNI é praticamente o mesmo se usado em diferentes laboratórios no mundo inteiro.

O RNI nada mais é do que o TP corrigido a padrões mundiais. O uso de anticoagulantes orais é avaliado somente pelo RNI.

Para  o  cálculo  do  RNI,  cada  fabricante  do  fator  tissular  fornece  o  ISI  (Índice  de  Sensibilidade Internacional), que normalmente fica entre 1,0 e 2,0. Quanto  mais  próximo  de  1,0  o  ISI,  melhor  a sensibilidade. Os fabricantes atribuem os valores do ISI para cada lote de reagente preparado.

 

Fonte: Labtest. Guia técnico: coagulação. 2009

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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