Imunocromatografia

Por Brunno Câmara - quinta-feira, junho 21, 2012

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Este post foi atualizado em 05 de novembro de 2019

O teste imunocromatográfico ou imunocromatografia é um teste bem simples, a única coisa difícil mesmo é o nome.

É também popularmente conhecido como teste rápido.

Eles dispensam o uso de reagente adicional ou equipamentos.


São testes de triagem, portanto de elevada sensibilidade, e consequentemente elevado custo.

Alguns deles, como a determinação da glicemia (glicosímetros), usam métodos enzimáticos químicos, e outros são imunológicos como para o teste de gravidez.


Como funciona

O sistema é realizado em uma matriz constituída de membrana de nitrocelulose ou de náilon coberta por acetato transparente para facilitar a visualização do teste.

O antígeno ou o anticorpo é fixado na membrana na forma de linhas ou pontos e o restante da membrana é bloqueado com proteína inerte como nos testes imunoenzimáticos (ELISA).

Para detecção de antígenos podem ser utilizados anticorpos fixados na linha de captura e como conjugado um segundo anticorpo conjugado ao corante.

Um dos métodos imunológicos desses testes emprega corante insolúvel, como ouro coloidal (róseo) ou prata coloidal (azul marinho) como revelador da interação antígeno-anticorpo.

A amostra aplicada se liga ao conjugado colorido e após a migração por cromatografia a formação do imunocomplexo é revelada pelo depósito do corante coloidal na linha de captura.

Para assegurar a qualidade dos reagentes e a realização adequada do procedimento, esses testes rápidos utilizam controles internos, como nos testes imunoenzimáticos.

Exemplo

Vamos usar como exemplo um teste rápido para a detecção do antígeno NS1 do Vírus da Dengue.

Colocamos a amostra do paciente (sangue, soro ou plasma) contendo o antígeno NS1.

Na área de aplicação da amostra há um conjugado de anticorpos anti-NS1 marcados com ouro coloidal.

Quando o antígeno da amostra se liga a esse conjugado, um complexo é formado: anti-NS1 + ouro coloidal + antígeno NS1.



Esse complexo migra por capilaridade e chega na fita de nitrocelulose.

Nessa fita, há anticorpos monoclonais anti-NS1 adsorvidos na linha teste (T). Então, quando o complexo passa por esses anticorpos haverá uma ligação e uma banda colorida será visível, devido ao ouro coloidal.

Na linha controle (C), que vem após a linha de teste, há anticorpos monoclonais contra o anticorpo conjugado com o ouro coloidal. Então, nessa linha sempre deverá ser observado o desenvolvimento de uma banda colorida.

Interpretação dos resultados

imunocromatografia

POSITIVO: Duas linhas são visíveis, sendo uma linha na região controle (C) e outra na região teste (T).

A intensidade de cor da linha teste (T) poderá variar de acordo com a concentração presente na amostra. Porém, qualquer intensidade de cor na linha teste indica resultado positivo.

NEGATIVO: Apenas uma linha é visível na região controle (C), não sendo observada linha na região teste.

INVÁLIDO: Não é evidenciada a linha controle (C). Ela sempre tem que aparecer.

As razões mais comuns de falha são o volume insuficiente de amostra ou falha no procedimento técnico. Neste caso, reler a técnica e repetir o teste com uma nova tira.

Referência

Vaz, Adelaide J.; Takei, Kioko. Imunoensaios: Fundamentos e Aplicações. Guanabara Koogan, 1 ed., 2007.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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