Separa os tubos, põe na estante, pega a pipeta e se prepare para cansar o braço de tanto pipetar. Leva ao banho-maria, espera 10 minutos. Ufa! Agora é só ler, no espectrofotômetro. Põe reação por reação na cubeta, no comprimento de onda certo, e anota os resultados. Não acabou! Vamos calcular os valores e torcer para não ter que repetir nenhum exame.

Se você se identificou com essa situação, saiba que não está sozinho.

Muitas faculdades, não todas, ainda não se deram conta que muitos dos procedimentos ensinados durante a graduação de biomedicina estão, praticamente, obsoletos fora do mundo acadêmico. Ou até sabem disso, mas postergam a atualização. A parte teórica é mais fácil de colocar em dia, já a prática nem tanto.

A esperança é que no último ano de graduação, durante o estágio supervisionado, o aluno entre em contato com a situação real, que irá encontrar depois de formado: rotina de média a grande, aparelhos relativamente modernos, controles, calibradores, tabelas, manutenção, fatores, avaliação externa, etc. Tudo muito diferente das aulas práticas.

Quem aí aprendeu a fazer hemograma manual, e depois de formado nunca mais usou a técnica, levanta a mão! Hoje é quase que inviável ter um laboratório sem, no mínimo, um aparelho de hematologia, um de bioquímica, seja semi ou automático, um fotômetro de chama, um leitor de ELISA, etc. A não ser que você for trabalhar em um lugar remoto do país.

Durante esses mais de quatro anos de blog, percebi que muitos estudantes levam um choque quando se formam e veem que é bem diferente, e percebem que a faculdade não os preparou melhor.

E você, como sua faculdade o preparou? Ela tinha aparelhos modernos para os alunos nas aulas práticas? Como foi seu estágio? Você sente que saiu/sairá preparado? Deixe seu comentário!