Automação da seção de uroanálise de um laboratório clínico

Por Brunno Câmara - sábado, abril 23, 2016

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A automação no laboratório de análises clínicas é o sonho de qualquer biomédico, mas nem sempre ela chega rapidamente em todas as seções. As áreas que geralmente são as primeiras a serem automatizadas são hematologia e bioquímica. Já as últimas, por serem consideradas mais simples, são as de uroanálise e parasitologia.

Já falei aqui da automação no setor de microbiologia. Hoje vou falar um pouco sobre a automação no setor de uroanálise.

Análise Química

PETRODIS 720 - Analisador semi-automático de tiras de urina. Faz a leitura dos parâmetros da tira de urina Petrodis 10 e Petrodis 11 com a determinação de urobilinogênio, Glicose, Bilirrubina, Cetona, Densidade, Sangue, pH, Proteína, Nitrito, Leucócitos e Ácido ascórbico.


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Urisys 2400® (Roche) – É completamente automatizado para a análise química de urina. Parâmetros analisados: pH, leucócitos, nitrito, proteína, glicose, cetonas, urobilinogênio, bilirrubina, sangue (eritrócitos/hemoglobina) e cor. Analisa 240 amostras por hora e possui 400 fitas reativas em cada kit.


Análise Microscópica

A análise microscópica do sedimento urinário é um procedimento laboratorial de execução manual, demorada e de difícil padronização. O exame também sofre influência de vários fatores pré-analíticos e analíticos, tais como perda de elementos celulares e figurados durante a centrifugação da amostra e subjetividade de análise entre observadores, podendo levar a resultados imprecisos e perda de acurácia do método.

Com o objetivo de automatizar a análise microscópica de urina, na década de 1990 surgiram alguns equipamentos baseados na análise de imagens e na citometria de fluxo. Atualmente, vários laboratórios clínicos de médio e grande porte utilizam a automação em uroanálise.

SYSMEX UF-1000i – É um equipamento que realiza a análise da urina por citometria de fluxo fluorescente, com uso de um marcador (polimetina) de DNA / RNA e luz laser. É totalmente automatizado, e homogeneíza e aspira a amostra (sem centrifugação prévia), possibilitando, com o uso do marcador, avaliar o núcleo (DNA) e citoplasma (RNA) das células e bactérias na urina nativa.

Em conjunto com a citometria de fluxo fluorescente, outros métodos são aplicados para avaliar o  volume   e  o  conteúdo  dos  elementos presentes  na  urina,  o  que permite diferenciar células, bactérias, leveduras e cilindros.

Amostras sem alterações são liberadas automaticamente pelo aparelho. Amostras com anormalidades são sinalizadas pelo equipamento com a emissão de um alerta (flag) e a indicação da possível anormalidade encontrada (cristal, cilindro, hemácia, fungo, espermatozoide, bactéria, leucócito, célula epitelial), para a realização posterior da análise microscópica manual do sedimento urinário.

É o equipamento utilizado no Laboratório Hermes Pardini.

Quando comparado à técnica manual de sedimentoscopia, o analisador Sysmex  UF-1000i  permite  a  otimização  dos  processos,  por  eliminar  a etapa de centrifugação da urina e reduzir o tempo de análise, com melhora da precisão, reprodutibilidade e padronização dos resultados.

Com informações de Hermes Pardini, Roche, Sysmex e Petrodis.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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