Diagnóstico laboratorial da infecção pelo Zika vírus

Por Brunno Câmara - terça-feira, março 01, 2016

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A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial divulgou em fevereiro um documento oficial com seu posicionamento sobre o diagnóstico laboratorial do Zika vírus, e que também responde a algumas perguntas básicas e apresenta dois fluxogramas com algoritmos de exames laboratoriais baseados em documentos do CDC, EUA.

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Diagnóstico de infecção pelo Zika vírus

Atualmente o diagnóstico pode ser feito através da detecção direta do vírus, por métodos moleculares, e também indiretamente, pela detecção de anticorpos circulantes.

Detecção de anticorpos – pode ser feita por ELISA, imunofluorescência indireta ou imunocromatografia.

Anticorpos IgM são detectáveis após 4 dias de infecção indo de 2 a 12 semanas, na fase de convalescência. Testes negativos após 12 semanas da exposição descartam a infecção.

Pode existir reação cruzada com outros vírus da mesma família, principalmente os Flavivírus.

Testes moleculares – podem detectar a presença do vírus em amostras de sangue e urina, através da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR).

Em amostras de sangue, são capazes de detectar o vírus nos 7 primeiros dias de infecção e até 4 dias após.

Em amostras de urina, o vírus pode ser detectado até 15 dias após a infecção.

Um teste molecular negativo não exclui a infecção, sendo necessário realizar a pesquisa de anticorpos, no caso de suspeita clínica.

Recentemente, a ANVISA aprovou o registro de cinco diferentes produtos para detecção de infecção pelos três vírus, Zika, Dengue e Chikungunya.

O ideal seria testar o paciente sintomático para os três vírus, fazendo um diagnóstico confiável e descartando ou confirmando a infecção por mais de um tipo de vírus.

Para ler o documento na íntegra, clique aqui.

Saiba mais sobre o Zika vírus

O Zika vírus (ZIKV) pertence a família Flaviviridae, de genoma composto por (+)ssRNA. Seu primeiro isolamento foi em 1947, em um macaco Rhesus na floresta Zika, Uganda. Circula ativamente no leste e oeste africano e sudoeste asiático.

Assim como o vírus da Dengue e o vírus Chikungunya, a transmissão do ZIKV se dá pelos mosquitos do gênero Aedes, sendo que ele já foi isolado em A. africanus, A. luteocephaluse e A. aegypti.

A infecção causada pelo ZIKV (febre Zika) cursa como uma síndrome caracterizada por febre, cefaleia, artralgia, mialgia, mal-estar, anorexia, erupções cutâneas, astenia, dor retro-ocular, edema, linfadenopatia e diarreia. Geralmente os sintomas são moderados, e duram de 2 a 7 dias.

Com informações de Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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