8 dicas para pipetar micro volumes com precisão

Por Brunno Câmara - terça-feira, outubro 03, 2017

Antes de continuar a leitura do texto, quero te convidar para conhecer meus cursos:

Continue agora com a sua leitura do texto. Espero que goste.

Como vocês sabem, estou na metade do meu mestrado. Nos meus experimentos, utilizo basicamente técnicas de biologia molecular, já que estou trabalhando com vírus.

Até começar o mestrado, eu não estava acostumado a pipetar volumes tão pequenos, e para realizar meus experimentos tive que me adaptar à essa nova realidade. Nas minhas reações tenho que pipetar 1 µL ou até mesmo 0,5 µL.

Para fazer um mix (de reagentes, primers, enzimas etc.) para PCR, por exemplo, é necessário calcular o volume de acordo com a quantidade de reações que desejo. Além disso, sempre colocamos algumas reações a mais para compensar os erros de pipetagem. Isso acaba fazendo com que gastemos mais insumos, que não são nada baratos.

Com o passar do tempo, e com a necessidade de aprimorar minhas habilidades, comecei a pesquisar sobre como aumentar a precisão nas minhas pipetagens. E, por incrível que pareça, melhorei bastante, ao ponto de precisar aumentar uma ou duas reações, no máximo, para calcular o volume necessário dos reagentes. E mesmo assim, geralmente elas sobravam, e eu utilizada esse volume restante como controle positivo ou negativo.

Então, como sempre, não poderia deixar de compartilhar com vocês as técnicas que aprendi na hora de pipetar esses micro volumes. Pode parecer uma coisa banal, mas espero ajudar vocês.

Confira!

Pipetar

1- Segure sempre a pipeta na vertical. Para facilitar, uma boa dica é utilizar seu dedo indicador para aspirar e dispensar ao invés do polegar.

2- Mergulhe a ponta da ponteira minimamente para evitar cobrir a parte externa da ponteira com líquido em excesso, que pode ser transferido de forma não intencional durante a dispensação.

3- Pipete o volume inicial diretamente no fundo do tubo, ao mesmo tempo, vá levantando a pipeta devagar para não introduzir bolhas no líquido dispensado.

4- Para pipetar volumes maiores que 10 microlitros, faça uma aspiração inicial e expulsão para diminuir a quantidade de líquido que fica “preso” na parede interna da ponteira. Isso diminui a quantidade de volume perdido na manipulação da amostra.

5- A temperatura da amostra é muito importante. Quando for pipetar líquidos gelados, a primeira aspiração é maior que todas as subsequentes usando a mesma ponteira. O oposto também ocorre. Ao pipetar líquidos com temperatura maior que a ambiente, a primeira aspiração tem um volume menor que todas as aspirações subsequentes usando a mesma ponteira. Para evitar esses problemas, sempre umedeça antes a ponteira com o líquido que você irá trabalhar.

6- Considere pipetar à temperatura ambiente, pois as pipetas geralmente são calibradas à essa temperatura. Usar uma pipeta numa sala fria pode resultar em variação dos volumes dispensados.

7- Espere até que o volume total tenha sido aspirado antes de prosseguir. Leva certo tempo para aspirar e dispensar volumes. Um segundo é suficiente para que o líquido preencha a ponteira.

8- Pode parecer óbvio, mas não utilize uma pipeta de um determinado volume para pipetar quantidade menor, ou maior, que sua capacidade. Por exemplo, se você precisa pipetar 1 µL, não utilize uma pipeta de volume 2 – 20 µL, e sim uma de 0,5 – 2,5 µL.

Além dessas dicas, a postura na bancada no momento da pipetagem é muito importante. E, para uma melhor precisão, as pipetas devem passar por manutenções e calibrações.

E aí, sabe de mais alguma dica? Deixa aí nos comentários!

Com informações de Biosearch Technologies

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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