Quem me acompanha mais de perto sabe que ano passado fui aprovado e convocado em um concurso público.

Por isso, vim aqui contar para vocês os detalhes de como foi tomar essa decisão que teve um grande impacto na minha vida.

Então, vamos lá! 

Por que eu fiz um concurso?

Desde que me formei, em 2012, tive várias experiências profissionais. 

Fiz a residência multiprofissional em hematologia, fiz o mestrado, fui professor em instituições de ensino superior, fui assistente de pesquisa no Canadá e por aí vai.

Durante todo esse tempo, e desde a graduação, também trabalhei incansavelmente na produção de conteúdo para este blog e minhas redes sociais. 

Então, eu sempre tinha, pelo menos, duas fontes de renda.

Essa produção de conteúdo sempre trouxe uma boa renda para mim. Mas não era o suficiente para eu deixar minhas outras atividades e trabalhar exclusivamente com isso.

No início de 2021, depois de ter retornado da minha estadia de um ano em Montreal, Canadá, decidi que estava na hora de arriscar e focar nesse trabalho de produção de conteúdo e cursos na área de biomedicina.

Um grande impulsionador dessa decisão foi a chegada do Pedro, meu primeiro filho. Minha família estava crescendo e eu precisava dar conta de ser o provedor.

Foi então que deixei todas as minhas outras atividades remuneradas e criei minha empresa. Com CNPJ e tudo.

O meu primeiro grande projeto foi a criação do curso preparatório de análises clínicas para residência e concurso, cujo foco é na parte específica das provas para biomédico.

Criei também outros cursos, como os de hematologia e de intepretação do hemograma.

As vendas sempre foram ótimas, mas, lá no fundo da minha cabeça, uma dúvida pairava.

"Até quando eu conseguiria ter renda o suficiente para sustentar minha família somente com a minha empresa?"

Ou seja, até quando eu conseguiria "viver de internet"? Será que daqui há 20 anos eu ainda conseguiria estar trabalhando com isso?

Não sei. 

Por isso, em 2023, decidi procurar outras atividades para complementar a minha renda.

Nesse meio tempo, nasceu a minha segunda filha, Clara.

E, em decisão conjunta, eu e a Carol resolvemos que ela ficaria em casa por conta das crianças e eu ficaria por conta de trazer o dinheiro para dentro de casa.

Então, no segundo semestre de 2023, dois eventos aconteceram quase que simultaneamente.

O primeiro foi que o edital do concurso nacional da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) foi publicado. 

Vi que o HC-UFG, o mesmo onde eu tinha feito minha residência, tinha ofertado cadastro de reserva para biomédico.

Como tenho um curso voltado justamente para esse tipo de seleção, resolvi fazer minha inscrição e ver no que daria.

O segundo foi que, no mesmo mês, encontrei pela plataforma Gupy uma vaga para docente do curso de Biomedicina na Estácio Goiás. 

Fiz minha aplicação para o cargo, dei uma aula teste sobre um tema escolhido pelos recrutadores e fui selecionado.

Como eu não sabia se seria aprovado no concurso público, resolvi embarcar nesse emprego e voltar para a docência de graduação.

No final de novembro de 2023, assinei minha carteira de trabalho e em dezembro fiz a prova do concurso público.

Da prova à convocação

Em fevereiro de 2024, o resultado definitivo da prova objetiva do concurso saiu e vi que eu estava em segundo lugar na lista de classificados.

Após a prova de títulos fui para primeiro lugar e, em março, o resultado definitivo saiu e permaneci em primeiro.

Fiquei em choque e muito feliz. Deus é muito bom. Tudo acontece no momento certo.

O concurso foi homologado e começou a angústia de saber se eu seria chamado, já que não tinham vagas imediatas, somente cadastro de reserva.

Continuei dando aula, mas sempre com um olho no site de convocações da Ebserh.

E aí começou um dilema. 

Se eu fosse chamado no meio do período letivo da graduação teria que abandonar as aulas e meus alunos e seria um transtorno para a coordenação do curso. 

Não queria deixá-los na mão dessa forma.

Como a providência divina nunca falha, os eventos foram acontecendo de forma fluída.

As convocações dos aprovados da lista do HC-UFG começaram no último dia de abril. Quando vi a movimentação já fiquei atento.

Com a iminência de ser chamado, em junho pedi demissão e comecei a cumprir o aviso prévio, que acabaria no final do mês.

O bom foi que deu certo de eu finalizar as aulas sem abandonar os alunos e a coordenação no meio do semestre.

Dia 6 de junho de 2024 saiu minha convocação. E no dia 10 já teria que levar minha documentação. 

"Que rápido!"

Por eu ainda estar no tempo de aviso prévio, o RH do hospital considerou que meus horários não seriam compatíveis, já que o cargo era de 40h semanais, e na faculdade eu estava dando aula de manhã e à noite.

Até eu comprovar que estava na última semana de aviso e que eu poderia cumprir tranquilamente as 40h foi uma novela.

Achei por alguns momentos que perderia minha vaga. "Nadei, nadei para morrer na praia". Nem conseguia acreditar.

Mas, mandei mais alguns documentos comprovando que eu não estaria mais dando aula, e deu certo! 

E, no dia 01 de julho, comecei a trabalhar como biomédico empregado público federal no HC-UFG.

Então, hoje tenho algo mais "garantido" em termos de renda. E fico mais tranquilo em poder proporcionar uma vida digna para minha família.

Uma desvantagem é que o trabalho lá pega uma boa parte da minha energia. Isso acaba fazendo eu diminuir a produção de conteúdo e minha produtividade com as atividades do Biomedicina Padrão.

Mas, aos poucos estou voltando a conseguir conciliar família, emprego e empresa.

Espero que você tenha gostado deste relato e que ele sirva de alguma forma de inspiração para a sua carreira dentro da biomedicina.

Em breve vou colocar mais relatos dessa minha jornada.