Diferenças entre os testes treponêmicos e não treponêmicos
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Os testes laboratoriais são de extrema importância para o diagnóstico de sífilis.
O Treponema pallidum não pode ser cultivado in vitro, então os testes sorológicos são considerados o padrão-ouro nesse diagnóstico.
Eles são classificados em dois tipos: testes treponêmicos e testes não treponêmicos.
Aqui, vamos ver quais são eles e suas diferenças.
Testes treponêmicos
São testes laboratoriais que detectam a presença de anticorpos específicos (IgM, IgG e IgA) contra o T. pallidum.
São exemplos de metodologias utilizadas:
- FTA-abs (imunofluorescência indireta)
- Aglutinação de partículas (TPPA)
- Hemaglutinação (MHA-TP)
- ELISA
- Quimioluminescência
- Imunocromatografia
A detecção do DNA da bactéria por PCR também é considerada um teste treponêmico.
Vale dizer que nem sempre a presença do anticorpo específico (resultado reagente) significa que o paciente está infectado.
Por causa da IgG de memória, mesmo após o tratamento, os resultados darão reagentes. E, dificilmente, irão se tornar não reagentes.
Por isso, é necessário fazer a associação do resultado do teste treponêmico com o resultado do teste não treponêmico e também com a história clínica do paciente.
Testes não treponêmicos
São testes que detectam anticorpos não específicos para T. pallidum, mas que são encontrados em pacientes com sífilis.
São exemplos de metodologias utilizadas:
- Floculação: VDRL, RPR, USR e TRUST
- Aglutinação
- Ensaios imunoenzimáticos
- Imunocromatografia
Eles são utilizados tanto para a detecção qualitativa (reagente ou não reagente) quanto para fazer a titulação (semi-quantificação) dos anticorpos em amostras cujo resultado foi reagente.
Por não serem específicos, resultados falso-positivos podem ocorrer. Geralmente, em baixos títulos.
Sendo assim, é sempre necessário fazer a confirmação de um novo caso da doença com testes treponêmicos.
Os testes que usam a floculação são os mais usados, com destaque para o VDRL. Neles, é usado um reagente que tem como base lecitina, colesterol e cardiolipina (suspensão antigênica).
Os anticorpos não treponêmicos (IgM e IgG) presentes na amostra se ligam às cardiolipinas. São anticorpos produzidos contra substâncias da bactéria e das células lesadas.
Triagem e confirmação
No Brasil, existem 3 fluxogramas para serem usados no diagnóstico de sífilis. Eles estão disponíveis no "Manual Técnico para o Diagnóstico de Sífilis (2016)" do Ministério da Saúde.
Esses fluxogramas são formados por testes feitos de forma sequencial. O objetivo é fazer com que haja o aumento do valor preditivo positivo de um teste inicial reagente.
No fluxograma 1, a triagem é feita com um teste não treponêmico e confirmada com um teste treponêmico.
No fluxograma 2 (reverso), um teste treponêmico é usado como triagem na automação, seguido de um teste não treponêmico e a confirmação é feita com outro teste treponêmico diferente do primeiro.
Para o monitoramento da resposta ao tratamento são usados os testes não treponêmicos, visto que os títulos reduzem a níveis muito baixos ou negativam ao decorrer do tempo.
A persistência de títulos baixos denomina-se cicatriz ou memória sorológica e pode durar anos ou a vida toda.
Referências
Medscape. Syphilis Workup, 2017 (acesso em 10/2021).
Brasil. Ministério da Saúde. Manual Técnico para Diagnóstico da Sífilis. Brasília - Ministério da Saúde, 2016.
Telelab. Ministério da Saúde. Aula 6 - Testes Treponêmicos - Ministério da Saúde, 2014.
Telelab. Ministério da Saúde. Aula 2 - Diagnóstico da Sífilis - Ministério da Saúde, 2014.