Klebsiella pneumoniae

Por Brunno Câmara - domingo, outubro 17, 2010

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Bactérias
Infeções causadas por bacilos Gram-negativos multirresistentes produtores de β-lactamase tem ocorrido com muita frequência nas UTI Neonatais e são associadas com significante morbimortalidade. Devido à resistência a numerosos agentes antimicrobianos, o tratamento pode ser desafiador.

O gênero Klebsiella é um membro da família Enterobacteriaceae. Klebsiella spp está presente na natureza e podendo ser encontrada no ambiente natural (água e solo) e na superficie mucosa dos mamíferos. Os locais comuns de colonização nos humanos são o trato gastrintestinal, respiratório e genitourinário.

A Klebsiella pneumoniae tem sido causa importante de infecções hospitalares adquiridas, especialmente no período neonatal e a taxa de mortalidade pode ser tão alta quanto 70%. Nas últimas duas décadas, a incidência de infecção causada por cepas multirresistentes tem aumentado.

K. pneumoniae e Serratia marcescens produtoras de β-lactamase foram isoladas pela 1ª vez em 1983 na Europa e K. penumoniae e E. coli produtoras de β-lactamase foram isoladas em 1989 na EUA. 

Atualmente, nos EUA, a proporção de cepas de K. pneumoniae resistente a ceftazidime aumentou de 1,5% em 1987 p/ 3,6% em 1991 e em 1993, 20% destas cepas eram resistentes a ceftazidime. Em 1999, de 82% de cepas de K. pneumoniae isoladas de 15 hospitais em Nova York, 34% eram produtoras de β-lactamase.

Fatores de Virulência

Numerosos fatores de virulência têm sido descritos na Klebsiella spp. Capsulas extracelulares são essenciais para a virulência; o material capsular forma espesso pacote de estruturas fibrilares que cobre a superfície da bactéria em maciças camadas. Este fato protege a bactéria da fagocitose pelas polimorfonucleares e previne a morte bacteriana pelos fatores sérico via cascata mediada pelo complemento. Atualmente são conhecidos por volta de 80 diferentes antígenos capsulares.

Além da cápsula, há por volta de 5 antígenos somáticos ou O, adesinas fimbriais e não fimbriais que servem como fatores de virulência. As fimbrias são não-flagelares, projeções filamentosas na superficie da bactéria que media a ligação do microorganismo nas células da mucosa dos tratos respiratório, gastrintestinal e urinário.

Determinantes adicionais de virulência para o Klebsiella spp inclui a habilidade do organismo de sequestrar o ferro do meio, usando sideroporos secretados, isto é, enteroquelina e aerobactin. Estes são de alta afinidade para os quelantes de baixo peso molecular que competitivamente se ligam ao ferro protéico.

Atualmente, os carbapenêmicos (Imipenem e Meropenem) representam as únicas classes de antimicrobianos com efeito consistente contra a K. pneumoniae produtora de β-lactamase.

Os carbapenêmicos permanecem estáveis frente a presença da K. pneumoniae produtora de β-lactamase e devido ao seu pequeno tamanho, penetram facilmente através dos poros dos bacilos gram-negativos. Assim, os carbapenêmicos são os agentes antimicrobianos preferíveis no tratamento de infecções graves pela K. pneumoniae produtora de β-lactamase.

O uso do Imipenem para o tratamento de severa infecções durante um surto de K. penumoniae produtora de β-lactamase foi associado com a emergência de Acinetobacter spp resistente ao imipenem.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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