Gênero Mycobacterium

Por Brunno Câmara - quinta-feira, dezembro 02, 2010

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CDC

Apresentam-se como bacilos retos ou levemente curvados, com 1 - 4mm de comprimento por 0,3 - 0,6mm de largura. Algumas vezes, podem apresentar-se na forma cocobacilar ou filamentosa, variando de espécie para espécie. São, de maneira geral, bacilos imóveis, não esporulados, aeróbios ou microaerófilos, sendo, sua principal característica, a capacidade de resistir à descoloração quando tratadas com álcool-ácido.

Demonstrada pelo método de Ziehl-Neelsen, a resistência ao álcool-ácido é baseada no fato de que as micobactérias, quando tratadas pela fucsina fenicada, resistem à descoloração subsequente por uma solução de álcool-ácido, permanecendo coradas em vermelho.

A álcool-ácido resistência é uma propriedade do organismo intacto, como também de sua estrutura química, particularmente de seu conteúdo em ácido micólico. Algumas micobactérias, tais como o bacilo da tuberculose, contêm mais ácido micólico do que as espécies saprofíticas e isso pode justificar o fato de eles serem mais fortemente ácido resistentes.

A integridade física da parede celular é também essencial à ácido resistência, pois esta propriedade se perde quando ocorre a desintegração bacteriana, apesar de não haver destruição do ácido micólico, sugerindo que a resistência à descoloração depende de uma membrana semi-permeável da parede da célula bacteriana. Esta membrana permitiria a difusão da fucsina nas células, mas não permitiria a saída da fucsina ácida.

De acordo com o grau de patogenicidade, as micobactérias são divididas em três grupos:

1 - Estritamente patogênicas: M. tuberculosis, M. leprae e M. africanum.

2 - Potencialmente patogênicas: M. avium, M. intracellulare, M.scrofulaceum, M. kansasii, M. ulcerans, M. xenopi, M. haemophilum, M. genavense, M. simiae, M. malmoense, M. asiaticum, entre outras.

3 - Raramente patogênicas: M. thermoresistibile, M. gordonae, M. triviale, M. gastri, M. terrae, M. flavenscens e outras.

Diagnóstico laboratorial

Microscopia

A baciloscopia é considerada o procedimento mais rápido e fácil permitindo ao laboratório detectar a presença de bacilos álcool- ácido resistentes (BAAR). É menos sensível que a cultura, pois para que haja visualização de BAAR nos esfregaços realizados a partir de espécimes de origem pulmonar é necessário que se tenha de 5.000 a 10.000 bacilos/ml da amostra. É também utilizada quando se deseja confirmar a presença de BAAR no crescimento de culturas em meio sólido.

Cultura

O diagnóstico laboratorial da tuberculose pulmonar e outras micobacterioses depende da detecção e isolamento de BAAR a partir de espécimes clínicos de origem pulmonar e extrapulmonar, podendo ser contaminados (escarro, lavado gástrico, urina) ou estéreis (líquor, sangue, líquido pleural, medula óssea).

O meio mais utilizado para o isolamento de micobactérias é o Lowenstein-Jensen, que é um meio solidificado à base de ovo que contém glicerol e asparagina como fontes de carbono e nitrogênio. Outros meios solidificados à base de ágar, como o 7H10 e 7H11 de Middlebrook, também podem ser utilizados.

Fonte: DiItor Vladimir Araujo, Opromolla Ida Maria, Foschiani Dias Baptista. Microbactérias.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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