Avanços obtidos com a biotecnologia na saúde humana

Por Brunno Câmara - sábado, maio 21, 2011

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Embora seja um termo geralmente revestido de uma conotação futurista, a biotecnologia não é uma novidade. Ao contrário, a humanidade vem utilizando processos biológicos para obtenção de produtos há milhares de anos.

A biotecnologia moderna trabalha com partes de organismos (células e moléculas), frequentemente modificando-as com técnicas de engenharia genética, em contraposição à biotecnologia clássica, que utiliza organismos vivos em sua forma original e melhoramento genético tradicional.

Em 1953, James Watson e Francis Crick identificaram o DNA como o código genético que define todas as características e o funcionamento dos organismos vivos. Vinte anos depois, a descoberta da técnica de DNA recombinante, publicada em 1973 por Stanley Cohen e Herbert Boyer, permitiu a criação de células artificialmente construídas para produzir proteínas encontradas na natureza ou novas proteínas.

O próprio Boyer uniu-se ao investidor de risco Robert Swanson para, juntos, fundarem em San Francisco, nos Estados Unidos, a Genentech, considerada a primeira empresa de biotecnologia do mundo.

Produtos

A primeira aplicação comercial da biotecnologia ocorreu em 1982, quando a empresa Genentech produziu insulina humana para o tratamento da diabetes. Para fornecer insulina em quantidades necessárias, o gene que produz a insulina humana foi isolado e transferido para a bactéria Escherichia coli.

As bactérias se multiplicam e crescem em tanque de fermentação, produzindo a proteína insulina que, a partir daí, é isolada e purificada. Essa descoberta tem destaque especial, particularmente para milhões de pessoas em todo o mundo portadoras de Diabetes Mellitus e que dependem da insulina para estabilizar o nível de glicose no sangue.

Um novo produto, resultado de recentes pesquisas biotecnológicas, é a Insulina Lispro, comercializada com o nome de Humalog.

Dentre outros exemplos de produtos obtidos pela biotecnologia pode-se citar o interferon-alfa-2b e interferon-beta, o fator anti-hemofílico empregados no tratamento da leucemia, da esclerose múltipla e hemofilia A, respectivamente, e o hormônio de crescimento humano (somatotropina).

No caso da doença de Chagas, a Fiocruz (Instituto Oswaldo Cruz) desenvolveu um kit para diagnóstico, obtido a partir da transformação genética de bactérias contendo genes de Trypanosoma cruzi, as quais passaram a expressar antígenos desse parasita; as proteínas recombinantes são utilizadas no imunodiagnóstico da doença.

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Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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