Calibração de aparelhos e Soro calibrador

Por Brunno Câmara - segunda-feira, junho 24, 2013

Antes de continuar a leitura do texto, quero te convidar para conhecer meus cursos:

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Todos os equipamentos de um laboratório devem ser calibrados regularmente para que os resultados dos exames possam ser confiáveis. Já falei aqui da solução padrão [link]. Agora irei falar do soro calibrador, utilizado em equipamentos automatizados.

O soro calibrador, ou apenas calibrador, é validado por várias análises com material de referência. Ao contrário da solução padrão, que tem as propriedades físico-químicas bem diferentes do soro/plasma humano, o soro calibrador provém de materiais biológicos estabilizados com conservantes.

Como os aparelhos automatizados utilizam volumes bem reduzidos de amostra, a semelhança da composição do calibrador com a das amostras biológicas é muito importante para minimizar possíveis erros na hora da calibração, em função da pipetagem.

Tipos de Calibradores - Existem praticamente dois tipos de calibradores, os líquidos e os liofilizados. Os líquidos estão prontos para uso; os liofilizados (em pó) devem ser reconstituídos com água purificada/destilada para utilização. Depois de reconstituído, o calibrador deve ser estocado em alíquotas de aproximadamente 300µL e congelado.

Os calibradores são comprados separadamente dos kits (ao contrário da solução padrão), e geralmente são da mesma marca do aparelho ou kits. Um calibrador serve para vários tipos de exames, mas dependendo do aparelho e do calibrador, alguns exames terão calibradores próprios.

Por exemplo, um calibrador calibra glicemia, triglicérides, colesterol, TGO, TGP, ureia, creatinina. Mas não pode calibrar Ferro e HDL. Então deve-se comprar outros dois calibradores específicos para o Ferro e o HDL.

Geralmente os laboratórios não passam o calibrador todos os dias. Sempre que os resultados começam a ficar diferentes do habitual ou os valores começam a ficar muito semelhantes, deve-se passar o calibrador. Se a rotina do laboratório for grande também, recomenda-se a calibração com mais frequência.

A melhor maneira de avaliar se há necessidade de calibrar um ou mais exames é através do controle interno. Se os resultados dos controles começam a dar fora dos valores conhecidos, deve-se avaliar o possível problema, sendo que a calibração é uma das medidas que pode resolver esse problema.

Como fazer

  1. Antes do início da rotina, coloque no aparelho apenas o(s) calibrador(es) dos exames que deseja ou de todos.
  2. Depois de pronto, coloque o controle interno e confira os resultados com a tabela que vem junto com o controle.
  3. Se tiver algum valor de exame fora dos limites, passe o calibrador de novo, apenas nos que não validaram.
  4. Se mesmo assim não resolver, provavelmente o problema é outro.

Clique aqui para ver a bula do calibrador da BioSystems

O próximo post será sobre os tipos de controle, o interno e externo.

Com informações do blog Biotécnica

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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