Pipeta: um instrumento simples, porém de grande importância

Por Brunno Câmara - segunda-feira, setembro 22, 2014

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As pipetas são instrumentos de medição utilizadas na transferência de volumes conhecidos, de um recipiente para outro.

Elas estão presentes no nosso dia a dia e muitas vezes não damos muita importância à sua utilização pois, de tanto usá-las rotineiramente, seu manuseio torna-se quase que inconsciente. Apesar disso, estar concentrado e saber utilizá-las de maneira correta é essencial para garantir a medição e transferência de volumes correta.

Tipos

Pipeta volumétrica – utilizada para medir líquidos, é feita de vidro e possui um volume fixo, ou seja, se você precisar aspirar 4 mL de um líquido e tiver uma pipeta volumétrica de 5 mL, não poderá utilizá-la. Apresenta alta exatidão em medidas feitas a temperatura de 20°C - temperatura padrão de calibração do equipamento. (VÍDEO)

Pipeta Volumétrica
Pipeta volumétrica de 3 mL. Imagem: Labtest.

Pipeta graduada – utilizada para transferir volumes variados, consistindo de um tubo de vidro estreito graduado em mililitros. (VÍDEO)

Curiosidade: Na extremidade superior, o primeiro número mostra o volume total da pipeta e os dois números seguintes referem-se à escala, por exemplo: 5 in 1/10 significa que o volume total da pipeta é de 5 mL e sua escala é de 0,1 mL.

Subtipos

Pipeta graduada de escoamento parcial (Mohr) – essas pipetas são calibradas para que nem todo o volume seja escoado. Apresenta na extremidade superior duas linhas.

Pipeta Graduada de Escoamento Parcial
Pipeta graduada de 1 mL. Imagem: Labtest.

Pipeta graduada de escoamento total (sorológica) – são calibradas para que todo o conteúdo escoe da pipeta. É graduada até a extremidade inferior e apresenta na extremidade superior uma linha.

Pipeta Graduada de Escoamento Total
Pipeta graduada de 5 mL. Imagem: Labtest.

Micropipetas – são utilizadas para transferência de pequenos volumes de líquidos. Existem as micropipetas simples, com uma só ponteira (monocanal), e as multicanais que permitem o uso de várias ponteiras ao mesmo tempo, pipetando o mesmo volume em todas.

Existem as micropipetas de deslocamento positivo e as de deslocamento de ar, vamos dar ênfase nessas últimas.

Seu volume pode variar de 1 a 1000 microlitros, existindo as que têm volume fixo e as que possibilitam o ajuste de volume de acordo com a necessidade.

Funcionamento – a tecnologia consiste em substituir o ar contido na ponteira por um volume pré determinado de líquido. Quando o embolo é pressionado em uma pipeta de deslocamento de ar, o pistão dentro do instrumento se move para baixo expulsando o ar, que é deslocado pelo pistão. O volume de ar deslocado pelo pistão é equivalente ao volume de líquido aspirado. Ao pressionar o botão de ajuste de volume, a amostra é dispensada ao atingir o 1º estágio. Uma pressão adicional (2º estágio) faz com que todo o líquido contido na ponteira seja dispensado. As micropipetas podem estar equipadas com um ejetor que serve para dispensar as ponteiras sem a necessidade de retirá-las manualmente.

Micropipeta Monocanal
Micropipeta monocanal. Imagem: Labtest.

Micropipeta Multicanal
Micropipeta multicanal. Imagem: Labtest.

Menisco

A um líquido quando retido em um tubo estreito apresenta uma curvatura, chamada menisco, que consiste na interface entre o ar e o líquido a ser medido.

Para uma pipetagem correta é necessário que o menisco seja colocado no lugar certo e seu olho deve estar no nível da superfície do líquido para que não ocorra um erro devido à paralaxe. Paralaxe é a mudança aparente da posição de um objeto observado, causada por uma mudança da posição do observador..

Nas soluções incolores coloca-se o menisco inferior na marca de calibração enquanto que nas soluções coradas o acerto se faz na parte superior do menisco.


Imagem: Labtest.

Referências:
- INFOTEC. Uso correto de pipetas. Labtest, 2010.
- Laboratório Integrado de Química e Bioquímica <link>

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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