Família Trypanosomatidade

Por Brunno Câmara - quarta-feira, novembro 24, 2010

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Os nove gêneros desta família reúnem parasitos obrigatórios; entre os hospedeiros encontramos protozoários, plantas, anelídeos, aracnídeos, insetos, peixes, répteis, anfibios, aves e mamíferos. Dois gêneros de Trypanosomatidae contêm espécies com importância médica: Leishmania e Trypanosoma; consequentemente, estes têm sido os mais estudados na pesquisa básica e aplicada. Contudo, estudos dos membros dos outros gêneros têm contribuído consideravelmente para a nossa compreensão de Trypanosoma e Leishmania.

Os tripanossomatídeos apresentam uma alternância de formas celulares em seus ciclos biológicos, graças ao complexo fenômeno da diferenciação celular. Esse pleomorfismo é particularmente evidente na transição entre hospedeiros vertebrados e invertebrados, mas também pode ocorrer dentro de um mesmo hospedeiro, como uma adaptação fisiológica ao ambiente específico ou em antecipação a próxima etapa do ciclo. Para descrever essas formas celulares, uma nomenclatura específica faz referência à exteriorização e ponto de emergência do flagelo do corpo celular, à existência e extensão de membrana ondulante, a posição do cinetoplasto relativa ao núcleo e as porções anterior e posterior da célula, e ao formato geral da célula. Nessa nomenclatura, o sufixo de origem grega para indicar flagelo, mastigota, é utilizado. As porções anterior e posterior da célula são dadas em função do deslocamento desses flagelados em meio líquido, no qual o flagelo vai a frente (anterior) e o restante da célula, atrás (posterior).

Promastígota

 


Promastígota:
forma alongada com cinetoplasto anterior ao núcleo; o flagelo torna-se livre a partir da porção anterior da célula;

 

 

Opistomastígota

 

Opistomastígota: forma alongada com cinetoplasto posterior ao núcleo; o flagelo estende-se internamente através do corpo celular e emerge da extremidade anterior deste;

 

 

Epimastígota

 


Epimastígota: forma alongada com cinetoplasto justanuclear e anterior ao núcleo; possui pequena membrana ondulante lateralmente disposta;

 

 

Tripomastígota


Tripomastígota: forma alongada com cinetoplasto posterior ao núcleo; o flagelo forma uma extensa membrana ondulante e toma-se livre na porção anterior da célula;

 

 

 

Amastígota

 

Amastígota: forma arredondada ou oval, com flagelo curto que não se exterioriza;

 

 

Esferomastigota


Esferomastigota:
forma arredondada, com flagelo livre, representando uma transição entre a forma amastigota e as formas flageladas.

 

Legenda

NEVES.David Pereira et. al. Parasitologia Humana. 10.ed. São Paulo: Atheneu, 2000.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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