Provas para identificação de bactérias - CATALASE E COAGULASE

Por Brunno Câmara - domingo, abril 24, 2011

Antes de continuar a leitura do texto, quero te convidar para conhecer meus cursos:

Continue agora com a sua leitura do texto. Espero que goste.

CATALASE

Estrutura catalase

PRINCÍPIO
A catalase é uma enzima que decompõe o peróxido de hidrogênio (H2O2) em água e oxigênio.

UTILIDADE
Para Staphylococcus, Streptococcus, Enterococcus, Listeria, Corynebacterium, Micrococcus, Bacillus, Moraxella catarrhalis.

INOCULAÇÃO

  • Colocar uma gota de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) 3% sobre uma lâmina em um tubo;
  • Com auxílio de fio bacteriológico, agregar a colônia em estudo na gota de peróxido de hidrogênio.

Catalase test

INTERPRETAÇÃO
+ Positivo: Presença imediata de bolhas - a produção de efervescência indica a conversão do H2O2 em água e oxigênio gasoso. 
- Negativo: Ausência de bolhas ou efervescência.

 

COAGULASE

PRINCÍPIO
Verificar a capacidade de microrganismos reagirem com o plasma e formarem um coágulo, uma vez que a coagulase é uma proteína com atividade similar à protombrina, capaz de converter o fibrinogênio em fibrina, que resulta na formação de um coágulo visível. ƒPode ser encontrada em duas formas que possuem diferentes propriedades: coagulase conjugada e coagulase livre.

A coagulase conjugada (prova em lâmina), é também conhecida como fator de aglutinação, encontra-se unida à parede celular bacteriana e não está presente em filtrados de cultivos. Quando as células bacterianas são suspensas em plasma (fibrinogênio), formam-se cordões de fibrina entre elas, o que causa agrupamento sob a forma de grumos visíveis.

A coagulase livre (prova em tubo), é uma substância similar à trombina e está presente em filtrados de cultivos. É secretada extracelularmente e reage com uma substância presente no plasma denominado Fator de Reação com a Coagulase – CRF, para formar um complexo que, por sua vez, reage com fibrinogênio, formando fibrina (coágulos). Quando uma suspensão em plasma do microrganismo produtor de coagulase é preparada em tubo de ensaio, forma-se um coágulo visível após o período de incubação.

UTILIDADE
Separar as espécies de Staphylococcus de importância clínicaS. aureus – coagulase positiva, das
demais espécies – coagulase negativa.

S. aureus

INOCULAÇÃO

Coagulase conjugada:

  • Traçar dois círculos com lápis de cera em uma lâmina de vidro;
  • Colocar duas gotas de água destilada ou solução fisiológica estéreis dentro de cada círculo;
  • Com auxílio de um fio bacteriológico agregar a colônia em estudo, homogeneizando delicadamente em cada círculo;
  • Colocar uma gota de plasma para a prova de coagulase  em um dos círculos;
  • No outro círculo, adicionar outra gota de água destilada ou solução fisiológica estéreis, como controle;
  • Homogeneizar com palito de madeira;
  • Inclinar a lâmina delicadamente, para frente e para trás;
  • Observar presença de aglutinação.

Coagulase livre:

  • Com auxílio do fio bacteriológico,  suspender colônias em estudo em caldo BHI  e colocar em estufa à 37ºC até que turve;
  • Se necessário, acertar a turbidez até 0,5 da escala de MacFarland;
  • Em um tubo de ensaio estéril, colocar 0,5 ml de plasma reconstituído e 0,5 ml do caldo BHI com crescimento bacteriano recém turvado;
  • Incubar em estufa à 35ºC 4 horas;
  • Verificar se há presença de coágulo;
  • Se não houver presença de coágulo, incubar o tubo em temperatura ambiente e repetir as leituras com 18 e 24 horas de incubação.

INTERPRETAÇÃO

Coagulase conjugada:
+ Positiva: formação de precipitado branco e aglutinação dos microrganismos da suspensão, após 15 segundos, no círculo que contém o plasma.
- Negativa: ausência de aglutinação no círculo que contém o plasma.

A presença de precipitado ou aglutinação, torna a prova inespecífica, devendo ser repetida a prova em tubo.

Coagulase livre: 
+ Positiva: presença de qualquer grau de coágulo.
- Negativa: ausência de coágulo.

COAGULASE

Anvisa

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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