5 experimentos científicos polêmicos que poderiam mudar a humanidade
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Não dá para negar: a ciência é responsável por inúmeros avanços em áreas como a saúde. Ainda assim, para alcançar diversas dessas conquistas, alguns tabus polêmicos e experimentos que transpassam as barreiras da ética precisaram ser feitos.
A difícil escolha que os cientistas devem constantemente fazer – seguir com as pesquisas e ferir alguns conceitos éticos ou buscar outro caminho? – já levou a medicina e a tecnologia a grandes conquistas, mas também a abandonar trabalhos que poderiam trazer grandes contribuições à humanidade.
A questão dos gêmeos
Dois irmãos gêmeos idênticos que crescem juntos começam parte da infância com grandes semelhanças físicas e psicológicas. Com o tempo, entretanto, mesmo que sejam criados da mesma maneira pelos pais, eles tornam-se pessoas completamente diferentes. Por que isso acontece?
Essa é a pergunta que alguns estudos pretendiam responder com um experimento: controlar o crescimento de dois gêmeos idênticos que seriam separados, para construir um rigoroso estudo sobre genética, educação e formação da identidade humana.
Por que não avançou?
Comparado a alguns outros, esse estudo parece até mais leve, mas ainda tem suas peculiaridades: estamos falando de separar irmãos e forçá-los a conviverem sem contato um com o outro.
Além disso, a mãe teria que concordar em “doar” uma das crianças para a ciência, além de ter a vida de ambos os filhos constantemente monitorada. Sem contar que eles seriam submetidos a várias condições forçadas para trazer conclusões aos estudos, como um determinado tipo de clima, dieta e educação.
Antes das farmácias
Testar remédios antes que eles sejam liberados para venda é uma prática comum em países como os Estados Unidos, que protege os voluntários por lei, fora o uso de cobaias como ratos e coelhos. Mas até que ponto – ou até que tipo de medicamento – seria ético procurar pessoas para comprovar a eficiência de uma substância?
Testar drogas e outras toxinas diretamente em humanos, por exemplo, poderia auxiliar a ciência a conhecer sintomas e até a acelerar o processo de produção de antídotos ou remédios de combate a vários componentes químicos danosos. Pular a etapa de animais e partir direto para pessoas exigiria ainda o recrutamento de “cobaias” de etnias e condições de saúde diferentes – e o risco de alguém sair sem vida do experimento seria muito alta.
Por que parar?
Mesmo que seja algo voluntário, experimentar drogas e toxinas em um ser humano é uma prática extremamente cruel (sem contar as cobaias animais, que sofrem igualmente). Vários efeitos colaterais danosos devem ocorrer nos testes preliminares. Por enquanto, não há um sinal de que isso será substituído – afinal, é muito difícil saber se um remédio funciona realmente até que alguém o ingira.
Muito além da Segunda Guerra Mundial
Os nazistas foram responsáveis por uma das piores guerras que a humanidade presenciou. Não só em termos bélicos, mas também pelas atrocidades cometidas nos campos de concentração espalhados pelos países do Eixo.
Mas apesar da ciência sofrer por admitir, é inegável que alguns experimentos seguidos nesses locais eram pioneiros e trouxeram contribuições. Pesquisas sobre hipotermia, a relação entre fumar e o câncer de pulmão (e campanhas antitabagismo), gases tóxicos e até fertilizantes baratos foram apreendidas e posteriormente utilizadas por laboratórios dos Aliados.
Foi bom ter parado?
Com certeza. Apesar das contribuições, os métodos usados eram completamente controversos, torturando e matando um alto número de prisioneiros – todos eles cobaias forçadas, como judeus, ciganos e soviéticos.
Além disso, algumas das pesquisas eram absurdas e sem utilidade científica, como as atrocidades conduzidas pelo Dr. Josef Mengele (que buscava explicações genéticas para a raça ariana) ou algumas ideias boladas por Hitler e Himmler em pessoa (como testar a relação entre canhotos e a homossexualidade, por exemplo).
Um filho alto, forte e saudável, por favor
Parece roteiro de ficção científica (e é, como em “Gattaca: A Experiência Genética”): pesquisas a nível genético poderiam determinar características dos bebês antes mesmo que eles nasçam. Deixá-lo propenso a ter certas características físicas, com uma aptidão para esportes ou inteligência fora do comum para matemática, entre outras, faz crescer um brilho nos olhos de muitos pais.
Além disso, doenças seriam curadas antes mesmo de se manifestarem – e saberíamos até a probabilidade de desenvolvermos diabetes, câncer ou problemas cardíacos, por exemplo.
Devemos levar isso em frente?
Estamos falando em modificação genética, o mesmo princípio do uso de células-tronco ou da clonagem. Além disso, estaríamos modificando características que viriam naturalmente nas pessoas, entrando em debates éticos e até religiosos.
Por fim, essas pesquisas ainda estão em fase inicial. Nada impede, portanto, que algo dê errado e a criança nasça com problemas de saúde causados pelos testes.
Os mistérios do cérebro humano
O cérebro é um dos órgãos mais fascinantes do ser humano. Ele define várias de nossas capacidades e é capaz de permitir ou desabilitar funções de nosso corpo, além de controlar a memória e nossas emoções, entre outros fatores ainda pouco estudados.
A existência do que chamamos de “alma”, por exemplo, é uma das questões mais intrigantes da área: cientistas procuram saber se há um ponto do cérebro responsável por essa essência – e o que ela tem de divina ou natural.
Qual a polêmica e em que isso nos ajudaria?
Só mexer com religião já causaria uma enorme polêmica. Além disso, há a questão ética, afinal seria necessário mexer em cérebros humanos vivos para procurar os pontos específicos que são responsáveis por algumas funções corporais.
Ainda assim, entender um pouco mais o funcionamento do cérebro humano seria valioso – afinal, seria possível estudar regiões ainda pouco exploradas do órgão – e quem sabe até aproximar ciência e religião (ou afastá-las de vez, na pior das hipóteses).