Ágar chocolate

Por Brunno Câmara - sábado, novembro 12, 2011

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PRINCÍPIO

Meio de Ágar Chocolate é amplamente utilizado para o cultivo de microrganismos exigentes, embora cresçam neste meio quase todos os tipos de microrganismos. À base do meio, é adicionado sangue de cavalo, carneiro ou coelho em temperatura alta, o que faz com que as hemácias lisem, liberando hemina e hematina, compostos fundamentais para o crescimento dos microrganismos exigentes.
Observação:  se utilizar sangue de carneiro ou coelho no lugar do sangue de cavalo, adicionar os suplementos a base de NAD (coenzima I) e cisteína após resfriar a base achocolatada à aproximadamente 50ºC.

UTILIDADE

Crescimento de microrganismos exigentes Haemophilus spp.,  Neisseria spp.,  Branhamella catarrhalis e Moraxella spp.

FÓRMULA / PRODUTO

  • Meios comerciais: BHI Ágar, Columbia Ágar Base, Blood Ágar Base, Mueller Hinton Ágar.
  • Sangue de cavalo, carneiro ou coelho desfibrinado.
  • Recomenda-se o uso da base de BHI Ágar, por apresentar melhor crescimento das cepas exigentes, principalmente cepas de Haemophilus spp.

PROCEDIMENTOS

  • Pesar e hidratar o meio conforme instruções do fabricante;
  • Esterilizar em autoclave;
  • Esfriar a base à temperatura de aproximadamente 80ºC;
  • Adicionar 5 mL de sangue desfibrinado de cavalo para cada 100 mL de base;
  • Homogeneizar bem até lisar totalmente as hemácias e o meio apresentar uma cor castanho escuro (chocolate);
  • Distribuir em placas de Petri de 90 mm de diâmetro.

CONTROLE DE QUALIDADE

Crescimento bom a excelente: Haemophilus influenzae ATCC 10211.

CONSERVAÇÃO E VALIDADE

Conservar de 4 a 10°C por 4 meses.

INOCULAÇÃO

  • Estriar a superfície do meio, usando a técnica de semeadura para isolamento;
  • Incubar a 35ºC por 24 horas.

INTERPRETAÇÃO

  • Cor original do meio: castanho escuro (chocolate).
  • Colônias de tamanho pequeno a médio, com pigmento amarelo: sugestivo de  Neisseria spp, Branhamella catarrhalis ou Moraxella spp.
  • Colônias pequenas e delicadas, com pigmento creme claro: sugestivo de Haemophilus spp.

Haemophilus spp.

RECOMENDAÇÕES

  • Lembrar que é um meio rico e crescem vários tipos de microrganismos.
  • Fazer esfregaço de todas as colônias suspeitas e corar pela técnica de Gram, para confirmar se trata-se ou não de  Neisseria spp., Branhamella catarrhalis ou Moraxella spp. (cocos Gram negativos reniformes) ou Haemophilus spp. (bacilos Gram negativos delicados e pleomérficos).
  • Não usar sangue de cavalo vencido.
  • Por ser um meio rico, o crescimento a partir de materiais biológicos em geral costuma ser abundante.
  • Sempre que necessário, isolar a colônia em estudo para os procedimentos de identificação, para não correr o risco de trabalhar com cepas misturadas.

ANVISA

VOTE BIOMEDICINA

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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