Hormônios da tireóide

Por Brunno Câmara - terça-feira, novembro 22, 2011

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A glândula tireóide localiza-se imediatamente abaixo da laringe e anteriormente à traquéia, sendo esta uma das maiores glândulas endócrinas pesando cerca de 15 a 20 gramas. É uma glândula influenciada pelo eixo hipotálamo-hipófise. Seus principais hormônios são T3 e T4 respectivamente, triiodotironina e tiroxina, que têm a função de aumentar ou acelerar o metabolismo celular. Esta glândula também secreta o hormônio calcitonina que é importante para o metabolismo do cálcio.

Hormônios

Apenas o T3 e T4 apresentam iodo em sua composição. O T3 (triiodotironina) tem uma menor secreção, porém é o mais utilizado (maior ação biológica). T4 (tiroxina ou tetraiodotironina) tem uma maior secreção porem é menos ativo que o T3.

As funções destes hormônios são as mesmas, mas eles diferem quanto à velocidade e intensidade de ação, sendo que o T3 é cerca de quatro vezes mais ativo que o T4. Já este é encontrado em quantidades muito maiores no sangue circulante e o período de ação também é maior.

Nas células onde atuam, a maior parte do T4 é convertida em T3 pela remoção de um iodeto.

T3 T4
T3                                                                                  T4

Regulação

Eixo hipotálamo-hipófise tireóide: o TRH (tireotropina) é secretado pelo hipotálamo e através do sistema porta hipofisário, chega à adeno-hipófise onde se liga a um receptor de membrana, o que estimula a secreção do TSH (hormônio tireoestimulante), que através da corrente sanguínea chegara à glândula tireóide onde se liga a receptores de membrana estimulando a secreção do T3 e T4. Estes, por sua vez, vão até as células alvo onde se ligam a receptores no núcleo celular o que estimula o metabolismo celular.

Feedback: o T3 é a principal molécula de feedback e o seu excesso diminui a secreção do TSH, o que por sua vez diminuirá a secreção tanto de T3 quanto de T4.

Metabolismo: a maior parte do T3 provém do T4, que perde uma molécula de iodo.

Transporte no sangue: ao chegarem no sangue, 99% do T3 e T4 se combinam imediatamente às várias proteínas plasmáticas, sendo a globulina e a albumina as principais.

Ações fisiológicas

  • T3 e T4 entram na célula pelo processo de difusão facilitada e após isso T4 se transforma em T3.
  • Os hormônios tireóideos ativam receptores nucleares, que estão localizados no próprio DNA ou nas proximidades e, quando ocorre a ligação hormônio-receptor, é estimulada a transcrição do DNA em RNA e logo em seguida a tradução do RNA em proteínas, em tecidos específicos.
  • Os hormônios T3 e T4 aumentam o metabolismo celular e com isso estimulam o consumo de oxigênio total da célula. O metabolismo celular ou atividade metabólica basal pode ser aumentada até 100% quando estes hormônios são secretados em grande quantidade.
  • Os hormônios tireóideos aumentam o tamanho das mitocôndrias e também o seu número, o que aumenta o número de ATP produzidos e para isto, estimulam o consumo de glicose e também de gordura.
  • Inibem o sistema nervoso simpático.
  • Estimulam o crescimento linear, o desenvolvimento e a maturação dos ossos.

Níveis baixos de T3 e T4 reduzem em até 60% o metabolismo basal.
Níveis altos de T3 e T4 aumentam cerca de 60 a 100% o metabolismo basal, havendo maior produção de calor.

Síndromes

Hipertireoidismo: a glândula produz muito T3 e T4, geralmente, em resposta aos níveis altos de TSH. As pessoas são magras, pois seu metabolismo está muito acelerado e em 1/3 dos casos apresentam exoftalmia, que em geral, afeta a visão parcialmente ou causa a sua perda total.

As manifestações clínicas mais comumente encontradas no hipertireoidismo são: • Ansiedade, nervosismo, irritabilidade; • Fadiga; • Fraqueza muscular; • Bócio; • Emagrecimento; • Insônia; • Sudorese excessiva; • Palpitação, taquicardia, taquiarritmias atriais; • Intolerância ao calor; • Pele quente e sedosa; • Tremor; • Pressão arterial divergente; • Hiper-reflexia; • Retração palpebral; • Exoftalmia; • Alterações menstruais; • Hiperfagia; • Hiperdefecação

Hipotireoidismo: a glândula produz pouco T3 e T4, e em alguns casos chega-se a não ter nenhuma produção, pela falta de iodo. Podemos definir hipotireoidismo como um estado clínico resultante de quantidade insuficiente de hormônios circulantes da tireóide para suprir uma função orgânica normal. As manifestações clínicas do hipotireoidismo resultam da redução da atividade metabólica e depósito de glicosaminoglicanos e ácido hialurônico na região intersticial.

Diagnóstico

É necessária a dosagem dos níveis séricos de TSH e T4. É comum o achado de níveis baixos de TSH associado a níveis normais de T4 (hipertiroidismo subclínico). No caso de hipertiroidismo por aumento de secreção de TSH (hipertiroidismo central, ou hipofisário) encontram-se níveis altos de T4 associado a níveis normais ou altos de TSH.

Fonte <www.fisiologia.kit.net, www.migre.me/6dDU0>

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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