Subclasses de IgG

Por Brunno Câmara - terça-feira, janeiro 03, 2012

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A IgG humana compreende cerca de 75% das imunoglobulinas séricas e é constituida de quatro subclasses (IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4) que são identificadas por suas propriedades físico-químicas, biológicas e antigênicas. As designações numéricas correspondem à frequência de aparecimento no soro de adultos normais:

IgG1 71,5%
IgG2 31,0%
IgG3 8,4%
IgG4 4,2%

Sabe-se que com o nascimento anticorpos IgG maternos (principalmente do isótipo IgG1 e IgG2) atravessam a placenta protegendo a criança de infecções. Nos primeiros 6 meses de vida, ocorre o catabolismo dos anticorpos IgG maternos resultando em constante declínio na circulação da criança. Por essa razão, os níveis de normalidade de concentração das subclasses de IgG variam de acordo com a faixa etária. É essencial que na investigação da deficiência de subclasses de IgG os valores obtidos sejam avaliados conforme a idade.

A quantificação de subclasses de IgG está particularmente indicada na suspeita de imunodeficiência, em indivíduos com história de infecções recorrentes por bactérias capsuladas e sobretudo quando apresentam infecções sinopulmonares repetidas, mesmo na presença de níveis normais de IgG total. Por isso, a quantificação dessas imunoglobulinas séricas constitui excelente método de pesquisa diagnóstica.

Sob o ponto de vista prático, as deficiências de cada subclasse assinalada está mais relacionada a determinadas enfermidades:

  • Deficiência de IgG2 está relacionada com aumento da susceptibilidade a infecções bacterianas e é frequentemente associada com baixos níveis de IgG4 e deficiência seletiva de IgA.
  • Concentrações séricas diminuídas de IgG2 ou IgG3 têm sido relacionadas a infecções recorrentes do trato respiratório.
  • Alguns autores têm relatado a deficiência de IgG3 em adultos associada a quadros de infecção sinopulmonar.
  • A subclasse de IgG4, embora represente uma fração menor no total da IgG sérica, ganha importância no estudo de antígenos ambientais, sugerindo seu envolvimento com afecções de natureza alérgica.


Referências Bibliográficas:
• Jefferis, R. , Kumararatne, D. S. (1990) Seletive IgG subclass deficiency: quantification and clinical relevace. Clin. Exp. Immunol. 81, 357-367.
• Hamilton, R. G. (1987) Human IgG subclass measurements in the clinical laboratory. Clin. Chem.33(10), 1707-1725.
• Check, I. J., Piper, M. , Papadea, C. (1992) Immunoglobulin quantitation in Rose, N. R. et al., Manual of Clinical Laboratory Immunology, 4th. ed., America Society for Microbiology, 71-83.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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