A importância da implantação de um Sistema de Controle de Qualidade no laboratório clínico
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Semana passada publiquei aqui no blog que menos da metade dos 16 mil laboratórios de diagnóstico do país tem controles internos de qualidade, e apenas uma parcela mínima (2%) passa por auditorias externas (acreditadoras) que avaliam seus processos.
Mas será que você sabe qual a importância e o papel desse controle de qualidade no laboratório de diagnóstico? Confira agora:
O objetivo de implantar um sistema de controle de qualidade é reconhecer e minimizar os erros analíticos no laboratório, permitindo avaliar a performance do laboratório. Tem por finalidade a obtenção de resultados confiáveis e seguros. Para atingir esse objetivo, a equipe de Garantia da Qualidade do laboratório deve implantar um Sistema de Controle da Qualidade que permita aos seus integrantes:
• Garantir a qualidade de todos os resultados obtidos na rotina diária;
• Tomar providências imediatas para eliminar as causas das não conformidades encontradas através de ações corretivas;
• Tomar medidas preventivas para evitar uma nova ocorrência das não conformidades encontradas.
No Brasil, os programas de Controle da Qualidade em Laboratório Clínico foram introduzidos na década de 70 – 80, através do Programa Nacional de Controle da Qualidade (PNCQ) da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e do Programa de Excelência para Laboratórios Clínicos (PELM) da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML). Há também no mercado, Programas de Controle da Qualidade gerenciados por empresas produtoras de insumos laboratoriais.
IMPLANTAÇÃO
Na implantação de um Sistema de Controle da Qualidade no Laboratório Clínico, a gerência deve considerar alguns fatores, tais como:
• Conscientização do pessoal do laboratório quanto à importância de se implantar o Controle da Qualidade e consequentemente, a participação e colaboração efetiva de todos os colaboradores;
• Preparação e/ou aquisição de amostras controles;
• Análise das possíveis causas dos resultados “fora de controle”: reagentes, padrões, equipamentos, etc.;
• Correção das causas de “resultados fora de controle”, quando ocorrerem.
No Laboratório Clínico podem ser empregados:
• Controle Interno da Qualidade
• Controle Externo da Qualidade
• Ensaios (Testes) de Proficiência
CONTROLE INTERNO
É o Controle Intralaboratorial e consiste na análise diária de amostra controle com valores dos analitos conhecidos para avaliar a precisão dos ensaios. Através do Controle Interno pode-se avaliar o funcionamento confiável e eficiente dos procedimentos laboratoriais para fornecer resultados válidos, que possam contribuir eficazmente no estabelecimento do diagnóstico pelo clínico.
Tem a finalidade de garantir a reprodutibilidade (precisão), verificar a calibração dos sistemas analíticos e indicar o momento de se promover ações corretivas quando surgir uma não conformidade.
Todo laboratório deve estabelecer e manter um sistema próprio de melhoria da qualidade, considerando o tipo, volume e complexidade dos exames que realiza. Uma das ferramentas empregadas para se fazer essa avaliação é o gráfico de controle da qualidade.
No Laboratório Clínico, a performance dos métodos analíticos pode ser monitorada através do ensaio de amostras controle com valores conhecidos juntamente com os ensaios das amostras dos pacientes. Os resultados dos controles são plotados em um gráfico controle e comparados com os “Limites Aceitáveis de Erro” para aquele analito.
CONTROLE EXTERNO
É o Controle Interlaboratorial. É um sistema de controle em que o resultado de cada teste do laboratório participante do programa é comparado com a média de consenso do seu grupo. A média de consenso para cada analito é calculada pelo patrocinador do programa utilizando os resultados enviados pelos laboratórios, os quais são agrupados por metodologias de ensaios empregadas.
Portanto, consiste na comparação da exatidão dos exames de um laboratório com a de outros participantes. Desta maneira, o Controle Externo da Qualidade visa padronizar os resultados de laboratórios diferentes através da comparação interlaboratorial de análises de alíquotas do mesmo material. Considerando que em análises clínicas dispomos de pouquíssimos padrões internacionais, o Controle Externo da Qualidade torna-se a melhor ferramenta para determinar e ajustar a exatidão dos métodos quantitativos.
Com a participação efetiva em um Programa de Controle Externo da Qualidade, o laboratório poderá assegurar que os seus resultados se aproximam o máximo possível do valor real (exatidão) dentro de uma variabilidade analítica permitida. Neste sistema, os laboratórios participantes analisam amostras controles de concentrações desconhecidas que lhes são enviadas pela patrocinadora do programa de Controle Externo da Qualidade.
A patrocinadora do programa recebe os resultados dos participantes, separa-os por grupos de metodologias iguais, determina a média de consenso de cada grupo e calcula o respectivo desvio padrão.
Por último, é feita uma avaliação dos resultados de cada laboratório e emitido ao participante um conceito com base em normas da OMS e da IFCC, nas seguintes categorias:
BOM: Quando os resultados obtidos pelo laboratório estão dentro da média mais ou menos um desvio padrão.
ACEITÁVEL: Quando a variabilidade laboratorial está dentro da média mais ou menos dois desvios padrão.
INACEITÁVEL: Quando a variabilidade está fora da média mais ou menos dois desvios padrão.
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