Leveduras de Cryptococcus neoformans “acasalam” com seus próprios clones
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Um novo estudo revela que o fungo Cryptococcus neoformans, que causa a criptococose, tem uma curiosa estratégia de reprodução, na qual se “acasala” com seus próprios clones.
Leveduras de Cryptococcus neoformans. Crédito: Chaoyang Xue, Kasey Carroll, and Joseph Heitman, Duke University.
A maioria das espécies que se reproduzem sexuadamente produzem novos seres que são uma mistura de dois pais diferentes. Mas as leveduras de C. neoformans produzem descendentes “unissexuais”, de dois pais idênticos.
Estes descendentes têm cópias adicionais de determinados cromossomos, ou estruturas filiformes que carregam DNA, criando diversidade genética a partir do zero, de acordo com os pesquisadores do estudo.
A reprodução sexuada serve para aumentar a variedade genética de uma espécie. “Normalmente são necessários pais geneticamente diferentes e os descendentes são uma recombinação genética deles”, diz o pesquisador e biólogo molecular Joseph Heitman, da Universidade de Duke, Carolina do Norte, EUA.
Mas por que realizar uma reprodução sexuada e gastar energia, se não há variabilidade genética, já que os progenitores são idênticos?
O que acontece é que as leveduras passam várias cópias extras de um cromossomo, processo conhecido como aneuploidia. Em humanos é uma causa de doenças (como a síndrome de down), mas nesses fungos a aneuploidia oferece vantagens, como resistência ao tratamento anti-fúngico.
No estudo, algumas das leveduras perderam esses cromossomos extras algum tempo depois e se tornaram idênticas a seus pais, sugerindo que as cópias extras foram responsáveis pela diversidade de características encontradas nas leveduras recém-nascidas.
Entender esse mecanismo de reprodução pode ajudar a desenvolver novos tratamentos contra as infecções causadas pelo fungo.
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