Marcadores utilizados em Imunohistoquímica

Por Brunno Câmara - domingo, novembro 17, 2013

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Marcadores de diferenciação

Os indicadores que permitem a identificação da histogênese são chamados marcadores de diferenciação celular. Isso porque os diferentes tipos celulares expressam antígenos distintos, dependendo de sua maturação (moléculas de diferenciação) e de seu estado funcional. Assim, tumores bem diferenciados expressam fenótipos mais similares aos das células normais da mesma histogênese. Células de tumores pouco diferenciados, ao contrário, não mantêm esta fidelidade.

Os marcadores de diferenciação são muito usados na avaliação das neoplasias hematológicas, com reconhecimento dos diversos estágios do desenvolvimento celular. Os antígenos presentes nas células tumorais refletem os que se encontram presentes nas células normais. Com o surgimento do fenótipo neoplásico, elas passam a ganhar, perder ou sofrer modificação de seus antígenos.

As alterações na expressão de antígenos em células tumorais são tanto mais significativas quanto menor for a diferenciação do tumor. Também podem surgir alterações em células jovens que nunca adquiriram antígenos de diferenciação e passam a produzir substâncias estranhas à sua histogênese, como os hormônios ectópicos.

O surgimento de um determinado antígeno usualmente ausente no tecido normal pode não ser conclusivo para a definição de um tipo de neoplasia, porque a expressão também pode ocorrer em tecido regenerativo. A maioria dos marcadores tumorais pertence ao grupo de antígenos de diferenciação e podem ser proteínas estruturais, produtos de secreção, antígenos de superfície etc.

Marcadores tumor-associados

Alguns tumores podem expressar antígenos que não se exprimem em células normais e são chamados tumor-associados. Os Acs contra estes antígenos não identificam se a célula é maligna ou benigna, mas a sua presença permite diferenciar uma neoplasia de outra, como no estudo de metástases (exemplo: antígeno próstata-específico). Outra situação é a de heterogeneidade das células tumorais, com porções da população expressando diferentes antígenos, talvez por representar a presença de diferentes clones.

Marcadores de proliferação celular

A proliferação celular é tradicionalmente determinada pelas figuras de mitose à microscopia óptica, análise de fase S por citometria de fluxo ou por detecção de antígenos associados à proliferação através de Acs monoclonais. Os antígenos estudados com maior freqüência são PCNA e Ki-67, que se expressam exclusivamente em núcleos em proliferação, permitindo determinação da fração de crescimento dos tumores.

Retirado de Sérgio Franco Medicina Diagnóstica

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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