FDA manda a empresa 23andMe parar com os testes genéticos

Por Brunno Câmara - terça-feira, dezembro 10, 2013

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FDA (Food and Drug Administration) é o órgão governamental dos Estados Unidos responsável pelo controle dos alimentos, suplementos alimentares, medicamentos (humano e animal), cosméticos, equipamentos médicos, materiais biológicos e produtos derivados do sangue humano.

Recentemente o órgão mandou a empresa 23andMe parar com seus testes genéticos.

A 23andMe é uma empresa privada que analisa o DNA para marcadores de doenças, fornecendo aos seus clientes uma grande variedade de informação genética – como propensão para determinada doença, e dados sobre seus ancestrais e raízes genealógicas – por 99,00 dólares. Tudo que a pessoa precisava fazer era mandar uma amostra de saliva e após um certo período recebia os resultados e informações sobre até 254 doenças.

A companhia foi alvo de investigação pelo FDA por fornecer informações sobre saúde, como o risco relativo para Doença de Alzheimer ou outras doenças, sem autorização do órgão.

A 23andMe concordou com a decisão e parou de vender seu kit de análise de DNA, e agora seus clientes só terão acesso a informações sobre seus ancestrais.

Especificamente, o FDA destaca “as potenciais consequências para a saúde que poderiam resultar de um resultado falso negativo ou falso positivo”. Um exemplo de falso positivo seriam os resultados para casos de câncer de mama e ovário que poderiam levar uma paciente a uma cirurgia profilática ou outros tratamentos, sem necessidade. Do outro lado, um falso negativo poderia resultar numa falha em reconhecer um risco verdadeiro que possa existir.

Opinião

O problema não é o teste em si, mas sim a interpretação da informação fornecida. Como um paciente leigo vai interpretar e agir ao receber um resultado genético, sem nenhum auxílio de um profissional de saúde? A empresa tinha uma boa intenção, fornecer acesso aos testes genéticos à população, que até pouco tempo era muito caro. Mas tem-se que ter muito cuidado com esses avanços, pois nem todos estão preparados para entender totalmente e isso pode levar a medidas indesejadas, como retirada de órgãos ou tratamentos intensos.

Com informações de The Verge

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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