Biomedicina: “self-service” ou “à la carte”?

Por Brunno Câmara - quarta-feira, janeiro 01, 2014

Antes de continuar a leitura do texto, quero te convidar para conhecer meus cursos:

Continue agora com a sua leitura do texto. Espero que goste.

Confira mais um texto de nosso colega, Bruno Barbosa, que faz uma reflexão sobre a biomedicina nesse começo de ano.

Neste fim de ano fiquei pensando nos desafios de ingressar no mundo BIOMEDICINA. Vivemos em um mundo onde a pressão pela “escolha” certa da profissão ideal ainda pode ser encarada como um verdadeiro tabu. Sim, pois é numa das fases de maior fragilidade da vida – adolescência – que se observam os brainstorms, cheios de devaneios e esperanças, que nem sempre são almejados por nós no futuro. Se existe uma área da vida para ser ultrajada pela sociedade é a profissional, como se ela fosse, de fato, a principal motivação para a existência humana.

Particularmente, a minha experiência com a Biomedicina tem um cunho peculiar, porque inicialmente ela me apareceu como uma opção, uma maneira de ver “à la carte”. Digo dessa forma, exatamente, já que quando prestei o vestibular em 2008, ainda não compreendia muito bem o seu maravilhoso mundo, que tanto me cativa hoje. Naquela época, que não faz tanto tempo assim, a Biomedicina parecia carregar um peso desconhecido no meu mundo focado nas opressões das escolhas. Mas, não seriam opções?

Essa visão “à la carte” se justifica na presença das famosas dúvidas que nós, jovens, passamos durante a escolha profissional. Naquele momento, a Biomedicina me foi oferecida num prato obscuro, meio sem tempero, que me vi “obrigado” a ingerir. É meio desequilibrada essa comparação, entretanto isso deve servir de exemplo para as pessoas que pensam em ingressar nesta área: analisem, conversem com profissionais, busquem conhecimento aplicado e se informem mais sobre o que farão no futuro. Isso eu não fiz e tive que “comer” a refeição a seco, e sem sobremesa. Não me arrependo de nada, porque era necessário passar por aquilo para desenvolver esse amor imenso!

Quando ingressei na faculdade, em fevereiro de 2009, me vi em outro restaurante acadêmico, e não era bandejão. Dessa vez, eu pude encarar a Biomedicina de outra forma, que me apaixonou sobremaneira. Com todas as experiências passadas, as lutas vividas, as amizades criadas, os conflitos de certeza de profissão e tudo, absolutamente tudo, o que pude passar durante os quatro anos, isso sim me foi apresentado como uma belíssima refeição “self-service”, porque hoje posso dizer que escolhi continuar com a Biomedicina, tendo o maior orgulho em ser biomédico. E como sou realizado!

Portanto, o que eu espero de todos nós, biomédicos, acadêmicos do curso e todos aqueles que buscam entrar na área de Biomedicina, é responsabilidade e interesse em aprender, bem mais do que compreender, do que se trata realmente este campo da ciência. Que sentemos-nos à mesa da descoberta da vida e degustemos, com vigor e convicção, as delícias de um prato que nós escolhemos e não que nos serviram, sem se importarem com o que realmente desejaríamos ou não. Saudações Biomédicas e um Feliz 2014, com felicidades, realizações e muito sucesso!


Bruno Barbosa Pacifico
Biomédico e Mestrando do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical (Fiocruz/RJ)

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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