Para que serve a técnica de Imunofixação

Por Brunno Câmara - sexta-feira, março 21, 2014

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A imunofixação é uma técnica utilizada para determinar qual tipo de imunoglobulina (Ig) monoclonal os plasmócitos estão secretando.

Esse exame deve ser solicitado quando houver pico monoclonal nas gamaglobulinas na eletroforese de proteínas, para determinar que tipo de imunoglobulina está sendo responsável por esse aumento.

Ela substituiu a imunoeletroforese pois é mais sensível e rápida, combinando as técnicas de eletroforese e imunoprecipitação.

PICO MONOCLONAL EM GAMAGLOBULINAS
Pico Monoclonal
Os picos monoclonais são resultado de uma única classe ou subclasse de imunoglobulinas produzidas por uma única linhagem de plasmócitos.

Normalmente, as moléculas de Ig são formadas por duas cadeias pesadas iguais e duas cadeias leves iguais (imagem).

Imunoglobulina

As cadeias pesadas determinam a classe das Ig e são designadas por letras gregas:

  • γ (gama): IgG
  • µ (mu): IgM
  • δ (delta): IgD
  • α (alfa): IgA
  • ε (épsilon): IgE

As cadeias leves podem ser do tipo Kappa (κ) ou Lambda (λ). A produção da cadeia leve tipo Kappa geralmente é duas vezes maior que a do tipo Lambda.

2 κ:1 λ

Imunoglobulinas monoclonais

As imunoglobulinas monoclonais são também chamadas de paraproteínas ou Proteínas  M.

Em gamopatias monoclonais, como no Mieloma Múltiplo, por exemplo, os plasmócitos podem produzir altas concentrações de um único anticorpo monoclonal. Essas imunoglobulinas monoclonais podem ser  fragmentos, polímeros ou monômeros.

A determinação de qual isotipo está sendo secretado em altas concentrações, por exemplo IgA kappa, é muito importante para servir como marcador tumoral para acompanhamento da evolução da doença e resposta ao tratamento.

A técnica

Após a separação das proteínas séricas por eletroforese, anti-soro (contra IgA, IgG, IgM, cadeia leve Kappa e Lambda) é colocado sobre as frações separadas. As proteínas não precipitadas são lavadas e o imunoprecipitado é a seguir corado.

Este método tem grande aplicação na identificação de proteínas M presentes em pequenas quantidades, que são difíceis de detectar por outros métodos. O anti-soro deve ser utilizado em diluição ótima para garantir a equivalência antígeno/anticorpo.

NORMAL
1
A. No soro normal observa-se uma turvação com os soros anti-IgG e anti-kappa, sem quase detectar outros tipos, devido a baixa concentração.

PATOLÓGICO

B. No soro de mieloma múltiplo IgG/kappa, por exemplo, observa-se a presença da proteína em elevada concentração.

Referências:
Hermes Pardini. Eletroforese de proteínas e imunofixação. 2003.
Vaz, A. J.; Takei, K.; Bueno, E. C.; Imunoensaios: Fundamentos e aplicações. RJ: Guanabara Koogan, 2007.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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