Infecções hospitalares causadas por Acinetobacter

Por Brunno Câmara - segunda-feira, abril 07, 2014

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Micrografia eletrônica de Acinetobacter baumannii. Joelmills/CDC

As Infecções Hospitalares (IH) são um sério problema de saúde para os pacientes internados nos hospitais, e a situação fica ainda pior quando as bactérias causadoras das IH tornam-se multirresistentes aos antibióticos disponíveis atualmente.

Dentre os micro-organismos envolvidos nessas IH, encontra-se o gênero Acinetobacter, compreendendo 31 espécies diferentes.

O Acinetobacter baumannii (gram-negativa) é uma espécie muito importante clinicamente, sendo responsável por diferentes tipos de infecções, como pneumonias, septicemias, infecções urinárias e meningites, especialmente em pacientes imunocomprometidos. É considerado um patógeno oportunista.

Os carbapenêmicos já foram a melhor opção de tratamento para essas infecções, principalmente com o surgimento de resistência a outros b-lactâmicos, aos aminoglicosídeos e fluorquinolonas. Diferentes mecanismos estão envolvidos com a resistência aos b-lactâmicos, como produção de b-lactamases, reduzida permeabilidade da membrana externa, perda de porinas, alterações nos sítios de ligação dos antibióticos e a hiperexpressão de bombas de efluxo.

No gênero Acinetobacter spp., a resistência aos carbapenêmicos está relacionada à perda de porinas, mas de forma mais significativa, à produção de b-lactamases da classe D (OXA-Carbapenemases) e, menos frequentemente, à produção de b-lactamases da classe B (metalo-b-lactamases – MBL).

Nos últimos anos, o tratamento dessas infecções tem se tornado difícil, por causa do aparecimento de cepas multirresistentes em que a propagação tem sido associada à contaminação de equipamentos hospitalares e através da própria equipe de saúde.

Como é considerado um micro-organismo oportunista raramente causa infecções em indivíduos saudáveis e imunocompetentes. Acomete pacientes hospitalizados que foram submetidos a procedimentos invasivos, ou imunodeprimidos.

A adesão às medidas profiláticas pelos profissionais de saúde, associada à higienização de mãos e ao uso de precauções de contato, têm demonstrado um grande impacto no combate dos surtos.

Fonte
Martins A. F.; Barth A. L. Acinetobacter multirresistente – um desafio para a saúde pública. Scientia Medica (Porto Alegre) 2013; volume 23, número 1, p. 56-62

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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