Por que a automação não vai tirar seu emprego

Por Brunno Câmara - quinta-feira, abril 30, 2015

Antes de continuar a leitura do texto, quero te convidar para conhecer meus cursos:

Continue agora com a sua leitura do texto. Espero que goste.

Imagem: healthcare.siemens.com
 
Hoje em dia não vivemos sem a tecnologia. Isso é fato. Na biomedicina essa realidade é ainda mais evidente, pois a automação já está intimamente ligada à nossa área. E aqui não falo apenas das análises clínicas, mas de praticamente todas as habilitações em que podemos atuar.
Com isso, frequentemente ouço pessoas falando que daqui a uns anos os equipamentos substituirão os profissionais. Uma coisa é certa, a automação tomou conta de grande parte do trabalho braçal feito antigamente, diminuindo a demanda por muitos profissionais. Contudo, eles nunca substituirão as pessoas por completo, e apesar de serem bons, não têm uma coisa que nós temos: cérebro.
 
 
O exemplo mais próximo de mim, e que posso citar para vocês, é a automação na hematologia. Provavelmente você já fez pelo menos um hemograma manual, diluindo com os líquidos específicos e contando na Câmara de Neubauer. Mas, as chances de vocês terem que fazer isso na prática depois de formados, é quase remota, pois atualmente existem aparelhos hematológicos que fazem tudo isso, com mais precisão e em menos tempo.
 
Em laboratórios de grande porte, existem equipamentos que fazem até as lâminas sanguíneas, coram e fazem o diferencial. Você pode pensar que nesses casos o profissional é quase que dispensável, mas está enganado. Mesmo o aparelho sendo top de linha, ele tem suas limitações e a intervenção humana é extremamente importante na resolução dos problemas e liberação dos resultados.
 
Digo isso por experiência própria. O aparelho com qual eu trabalho é muito bom, utilizando citometria de fluxo e fluorescência para a contagem celular, além de outras metodologias. Mas mesmo assim, há situações em que ele não consegue distinguir alterações relacionadas ao paciente, e é nesse momento que temos que intervir com nosso conhecimento.
 
A conclusão que chego, é que, hoje, nós trabalhamos mais com o cérebro do que fazemos trabalho braçal. É uma evolução inevitável. Então, se você acha que só fazer a graduação vai te proporcionar o melhor emprego do mundo, onde você não vai ter que trabalhar muito, deve rever suas ideias e conceitos. Só com o aprimoramento e muito estudo você poderá chegar num lugar bom.
 
Eu citei a hematologia, mas isso vale para qualquer outra área. A automação te dá mais tempo para você raciocinar e liberar o resultado o mais confiável possível.
 
Confira a entrevista que nós do Biomedcast fizemos com o Dr. Marcelo Ruiz, biomédico, dono do terceiro maior laboratório do Brasil: Como empreender na Biomedicina – Entrevista com o biomédico Dr. Marcelo Ruiz

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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