Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) – Atualização de 2017

Por Brunno Câmara - segunda-feira, novembro 27, 2017

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LLC

A Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) é a leucemia mais comum nos países ocidentais, acometendo indivíduos com idade entre 67 e 72 anos, principalmente do sexo masculino.

Definição

A LLC é caracterizada por uma proliferação clonal de linfócitos maduros, tipicamente linfócitos B CD5+, no sangue periférico, medula óssea, linfonodos e baço.

Etiologia

A doença pode ser iniciada pela perda ou adição de pedaços cromossômicos, como a deleção 13q, deleção 11q e trissomia do 12, seguida de mutações adicionais que podem deixar a leucemia mais agressiva.

Frequência das principais mutações associadas à LLC:

  • Deleção 13q: ~55%;
  • Deleção 11q: ~25%;
  • Trissomia do 12: 10-20%;
  • Deleção 17p: 5-8%.

Diagnóstico

Na maioria dos casos, o diagnóstico da LLC é estabelecido pelo hemograma e imunofenotipagem.

A doença é sempre uma neoplasia de células B, enquanto a anteriormente denominada LLC-T foi reclassificada como Leucemia Prolinfocítica de células T.

O diagnóstico requer a presença de pelo menos 5000 linfócitos/uL no sangue periférico com uma duração de no mínimo 3 meses.

A clonalidade dos linfócitos B precisa ser confirmada pela imunofenotipagem (citometria de fluxo).

Os linfócitos da leucemia são pequenos, com citoplasma escasso e um núcleo denso, sem nucléolo evidente, com cromatina parcialmente agregada.

Essas células podem ser encontradas juntamente com outras atípicas, células clivadas ou prolinfócitos. A presença de grande quantidade de prolinfócitos favorece o diagnóstico de leucemia prolinfocítica B.

Sombras nucleares, ou manchas de Gumprecht, encontradas como restos celulares, são outra característica morfológica da distensão sanguínea na LLC.

Imunofenotipagem

As células da LLC co-expressam o antígeno CD5 de linfócitos T e os antígenos de superfície CD19, CD20 e CD23 de linfócitos B.

Os níveis de imunoglobulina de superfície, CD20 e CD79b, encontram-se menores em comparação aos linfócitos B normais.

Para saber mais sobre os sistemas de estadiamento, prognóstico e terapia para LLC, leia o artigo na íntegra:

Hallek M. Chronic lymphocytic leukemia: 2017 update on diagnosis, risk stratification, and treatment. Am J Hematol. 2017;92:946–965. https://doi.org/10.1002/ajh.24826

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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