Água reagente para laboratórios – Parte I

Por Brunno Câmara - quarta-feira, setembro 30, 2015

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Imagem: www.labmate-online.com

Como sabemos, a água é o considerada um “reagente” nos laboratórios, tanto de pesquisas, farmacêuticos ou clínicos, sendo muito importante e indispensável no nosso dia a dia. Dentre suas aplicações, estão: diluições, reconstituição de outros reagentes, preparação de branco, preparação de meios de cultura, realização de exames e lavagem, claro.

Esse tema pode parecer básico, mas será que você sabe quais os tipos de água que podemos encontrar no laboratório? Quais as utilidades de cada tipo e como é o processo de purificação? A partir de hoje, vou colocar aqui no blog, uma série de posts, falando sobre cada tipo de água, como obter e em quais situações ela é utilizada. Fique ligado!

Por que purificar a água?

As impurezas da água são um grande interferente na rotina laboratorial. Íons ou metais podem inibir ou acelerar várias reações e induzir erros importantes na dosagem de enzimas, ou em ensaios que utilizam enzimas como reagente. As análises microbiológicas necessitam de uma água livre de micro-organismos e, para isso, ela deve ser purificada.

Outro exemplo é o cloro, utilizado na água distribuída à população, que quando em concentrações em torno de 1,0 mg/L, pode interferir em procedimentos realizados na microbiologia e também na própria dosagem de cloreto sérico.

Classificação dos tipos de água

Existem várias organizações que estabelecem padrões para a água de laboratório, dentre elas a American Society for Testing and Materials (ASTM), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI).

O órgão regulamentador mais comumente seguido no Brasil é o CLSI, que define os parâmetros para a classificação dos tipos de água, sendo que cada um deles deve atender as especificações para cada tipo.

Anteriormente, a água reagente era classificada pelo CLSI/NCCLS em:

  • Tipo I;
  • Tipo II;
  • Tipo III.

Atualmente, o CLSI (antigo NCCLS) classifica a água reagente em:

  • Clinical laboratory reagent water (CLRW);
  • Special reagent water (SRW);
  • Instrumental feed water (IFW).

A CLRW (em tradução livre: água reagente para laboratório clínico), substitui a antiga classificação de água tipo I e tipo II. Nela não encontramos bactérias, materiais inorgânicos e orgânicos e nem partículas e coloides. É utilizada naqueles procedimentos mencionados no início do post.

A SRW (em tradução livre: água reagente especial), é uma água livre de DNAses e RNAses, utilizada nas técnicas de biologia molecular. A IFW (em tradução livre: água para alimentação instrumental), é utilizada em equipamentos automatizados, para banhos aquosos, diluições, enxagues, dentre outros.

Referências

  • MENDES, M. E. et al. A importância da qualidade da água reagente no laboratório clínico. J. Bras. Patol. Med. Lab. 2011, vol.47, n.3, pp. 217-223.
  • BASQUES, F. W. A. A água como reagente. Labtest, 2010.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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