Diferenças entre PAMPs e DAMPs

Por Brunno Câmara - quinta-feira, novembro 23, 2023

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Nosso organismo é capaz de reconhecer sinais de perigo, como os PAMPs e DAMPs, e induzir as respostas imunes inata e adaptativa.

Os PAMPs são padrões moleculares associados a patógenos.

Eles são sinais de perigo exógenos, ou seja, estão presentes em diversos micro-organismos mas ausentes no hospedeiro. E isso promove a ativação do sistema imune.

São exemplos de PAMPs:

  • Ácidos nucleicos de vírus e bactérias
  • Proteínas bacterianas como pilina e flagelina
  • Lipídios bacterianos como lipopolissacarídeos e ácido lipoteicoico
  • Carboidratos como manana e glucana

Por outro lado, os DAMPs são padrões moleculares associados ao dano

Eles são sinais de perigo endógenos e alertam o sistema imune sobre morte celular não programada e resposta ao estresse.

São moléculas que podem iniciar e perpetuar a imunidade em resposta a traumas, isquemia, câncer e outros casos de dano tecidual na ausência de uma infecção evidente.

Os DAMPs estão localizados dentro do núcleo e citoplasma, em exossomas, na matriz extracelular e no plasma.

São exemplos de DAMPs:

  • Proteínas de choque térmico (HSPs)
  • Urato monossódico
  • Peptídios de proteoglicanas
  • Componentes mitocondriais e nucleares encontrados fora dos seus respectivos locais

O aumento sérico de DAMPs está associado com doenças inflamatórias, incluindo sepse, artrite, aterosclerose, lúpus eritematoso sistêmico, doença de Crohn e câncer.

Reconhecimento

Tanto os PAMPs quanto os DAMPs precisam ser reconhecidos para que a resposta imune inata seja desencadeada.

Para isso eles se ligam a receptores de reconhecimento de padrão (PRRs).

Os PRRs são expressos em células como macrófagos, neutrófilos, células dendríticas, células epiteliais, mastócitos dentre outras.

Uma vez que ocorre a ligação entre os PRRs e DAMPs/PAMPs vias de transdução de sinal promovem ações antimicrobianas e pró-inflamatórias.

São exemplos de PRRs:

  • Receptores do tipo Toll (TLR)
  • Sensores de DNA citosólicos (CDS)
  • Receptores do tipo lectina tipo C (CLR)
  • Receptores do tipo NOD (NLR)
  • Receptores scavenger
  • Pentraxinas, colectinas, ficolinas e complemento

Referências

Tang D, Kang R, Coyne CB, Zeh HJ, Lotze MT. PAMPs and DAMPs: signal 0s that spur autophagy and immunity. Immunol Rev. 2012 Sep;249(1):158-75. doi: 10.1111/j.1600-065X.2012.01146.x. PMID: 22889221; PMCID: PMC3662247.

Abbas, Abul, K. et al. Imunologia Celular e Molecular. Disponível em: Minha Biblioteca, (10th edição). Grupo GEN, 2023.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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