O cromossomo Y humano não será extinto
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Em um artigo publicado em 2002 pela revista Nature, dois cientistas australianos examinaram a taxa de degeneração do cromossomo Y e estimaram que ele iria se auto destruir em aproximadamente 10 milhões de anos. Alguns mamíferos, incluindo ratazanas toupeiras e ratos-de-espinho, já perderam seus cromossomos Y, e a determinação do sexo passou para outros cromossomos. Parecia que esse seria o destino do Y humano.
Se você é homem, já pode respirar aliviado – o cromossomo que determina seu sexo não vai a lugar nenhum. Um estudo dos cromossomos Y de homens e macacos questiona a ideia de que o Y está perdendo genes e está condenado à extinção.
Na verdade, a versão do cromossomo Y que todo homem carrega atualmente perdeu apenas um único gene em 25 milhões de anos desde que humanos e macacos compartilharam um ancestral comum.
Publicado na revista Nature hoje, o estudo foi liderado pela geneticista Jennifer Hughes e seu colega David Page no Instituto Whitehead de Pesquisa Biomédica (Whitehead Institute for Biomedical Research) em Cambridge, Massachusetts, EUA.
Uma breve história do cromossomo Y
O cromossomo Y surgiu há 200 ou 300 milhões de anos, de um ancestral comum de muitos mamíferos. Machos e fêmeas já existiam, mas o sexo era determinado por fatores ambientais, tais como temperatura, em vez de genética.
Isso tudo mudou quando um gene chamado SRY desenvolveu-se a partir de um gene relacionado, o SOX3. Por razões ainda estudadas pelos cientistas, o SRY, e não o meio ambiente, agora determina o sexo masculino. O cromossomo no qual o SRY evoluiu tornou-se o primeiro Y, e seu antecessor, o SOX3, transformou-se no cromossomo X.