No começo de 2013, participei de uma cirurgia cardíaca a convite do Dr. Jeffchandler, primeiro biomédico perfusionista. Pude ver de perto como funciona a Circulação Extracorpórea (CEC), que é uma das habilitações do biomédico e uma ótima área de atuação.

No entanto, percebi que a CEC não é para todo mundo. O perfusionista tem que primeiramente saber muito, para lidar com as situações no decorrer da cirurgia da melhor maneira possível. É um procedimento que exige do profissional total atenção, tanto com os aparelhos quanto com os cirurgiões. A tensão também é muito grande e não há tempo para pensar. Você tem que estar um passo a frente e deduzir o que o cirurgião irá pedir ou então agir sem ninguém pedir nada.

Aparelho de CEC

O aparelho de CEC é robusto, mas são os pequenos detalhes que irão fazer toda a diferença, tanto no momento do procedimento quanto no pós-operatório.

Uma coisa que achei bem interessante é que o biomédico tem o poder de solicitar alguns exames para verificar como está o paciente, como por exemplo, eletrólitos, glicemia, gasometria, hematócrito, hemoglobina, etc. Para quem pensava que não podíamos solicitar exames, está aí uma situação que o biomédico pode fazê-lo.

Órgãos artificiais

Tive a chance de ver os órgãos artificiais (rim, pulmão e coração) em funcionamento. E acreditem, é impressionante. O que mais gostei foi o rim, que filtra e tira a água do sangue para hemoconcentrá-lo, tudo muito rápido. A diferença é que ele não é seletivo, então passam todas as moléculas, menos proteínas.

Enfim, a cirurgia correu muito bem, sem complicações. Os procedimentos foram: troca de válvula aórtica e revascularização do miocárdio. A CEC propriamente dita durou aproximadamente duas horas.

Não podia deixar de compartilhar essa experiência com vocês. Se quiserem seguir nessa área vocês têm que possuir aquelas características que citei acima e estudar muito mesmo.