Conheça as Polimixinas

Por Brunno Câmara - segunda-feira, maio 25, 2015

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As polimixinas compõem um grupo de antimicrobianos específicos contra bactérias gram-negativas. Cepas de Bacillus polimyxa deram origem ao nome desses antibióticos. No total, são cinco substâncias semelhantes, que recebem o nome de polimixina A, B, C, D e E. Em especial, a polimixina E é chamada de colistina, pois é produzida pelo Bacillus colistinus. Como são muito tóxicas, apenas as polimixinas B e E são utilizadas na prática clínica.

A polimixina B tem excelente atividade contra Acinetobacter spp, Pseudomonas aeruginosa, Citrobacter spp, E. coli e Klebsiella spp. Possui sensibilidade mais variável a outras bactérias gram-negativas.

As polimixinas não possuem atividade contra bactérias gram-positivas e fungos. Desde sua introdução clínica, sua atividade bactericida permaneceu praticamente sem alterações, porém já existem relatos de resistência à esse grupo de antibióticos.

Mecanismo de ação

As polimixinas atuam nas membranas externa e citoplasmática das bactérias, sendo moléculas anfipáticas (possuem região hidrofílica e região hidrofóbica), atuando semelhantemente a detergentes catiônicos simples.

POLIMIXINA B POLIMIXINA E

As moléculas se ligam a fosfolipídeos e lipopolisacarídeos (LPS), deslocando íons Ca e Mg, que normalmente estabilizam as membranas da bactéria, fazendo com que essas membranas sejam rompidas, levando à morte celular.

Toxicidade

No passado, como existiam outros antibióticos menos tóxicos, as polimixinas deixaram de ser utilizadas com frequência.

Mas, a partir dos anos 90, com o surgimento das bactérias multirresistentes, causando infecções hospitalares, o interesse pelo uso das polimixinas surgiu novamente.

O principal problema do uso desse grupo de antimicrobianos é a nefrotoxicidade e a neurotoxicidade, porém, muitas vezes, acaba sendo a única/última alternativa em casos de infecções por gram-negativos multirresistentes.

MENDES, C. A. C.; ABURDMANN, E. Polimixinas: revisão em ênfase na sua nefrotoxicidade. Rev Assoc Med Bras, v. 55, n. 6, p. 752-9, 2009.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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