Pesquisa de biomédico é publicada na “Nature Cell Biology”
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Em colaboração com instituições dos Estados Unidos e do Japão, o pesquisador biomédico Alexander Birbrair teve mais um artigo publicado, dessa vez no periódico Nature Cell Biology.
O estudo identifica aspectos até então desconhecidos de microambientes dos ossos, onde se localizam dois tipos de células-tronco hematopoiéticas. Uma, mais potente, permanece "adormecida" na medula até o momento em que precisa formar células iguais a ela. A outra é acionada em casos de emergência para o organismo e se diferencia em vários tipos de células mais maduras, como macrófagos e linfócitos, capazes de eliminar micro-organismos. "Descobrimos basicamente a comunicação existente entre os microambientes vasculares e essas células na medula óssea", comenta Birbrair.
Segundo Birbrair, diferentemente de outras células-tronco, as hematopoiéticas ainda não são obtidas eficientemente por multiplicação in vitro, já que, quando reproduzidas artificialmente, perdem a capacidade de formar todas as células sanguíneas. "Para criar esse ambiente artificial, precisamos compreender muito bem como funcionam no organismo vivo. Por isso, temos estudado os nichos onde elas se localizam, já que o osso é formado de várias estruturas e possui diferentes tipos de células", diz.
Entre as descobertas do trabalho está a presença, em locais específicos da estrutura óssea, de um tipo especial de célula, os pericitos. "As células se comunicam entre si por emissão de vários sinais químicos, como proteínas e citocinas. Observamos que os pericitos localizados nas arteríolas e nos sinusoides dos ossos se comunicam respectivamente com um dos tipos de células-tronco hematopoiéticas e enviam mensagens diferentes, levando a comportamentos distintos", informa Birbrair. De acordo com o trabalho, as células-tronco hematopoiéticas dormentes ficam especificamente perto das arteríolas, e as outras, próximas aos sinusoides.
A equipe também descobriu que os pericitos localizados nos sinusoides sinalizam com a citocina Stem Cell Factor (SCF), enquanto aqueles alojados nas arteríolas se comunicam com a citocina CXCL12. "Investigamos se a citocina (ou sinal) CXCL12 é importante para a manutenção das células-tronco hematopoiéticas derivadas de todos os pericitos e vimos que não. Cada tipo de pericito é importante em seu microambiente vascular", observa o pesquisador. Testes foram realizados com modelos de animais transgênicos, manipulados para evitar que os pericitos arteriolares produzissem a CXCL12. "Observamos que, quando removíamos essa citocina dos pericitos arteriolares, as células-tronco hematopoiéticas desapareciam. Trata-se, pois, de um sinal muito importante para mantê-las no estado de dormência nas arteríolas", conclui.
Leia o artigo:
Noboru Asada, Yuya Kunisaki, Halley Pierce, Zichen Wang, Nicolas F. Fernandez, Alexander Birbrair, Avi Ma’ayan & Paul S. Frenette. Differential cytokine contributions of perivascular haematopoietic stem cell niches. Nature Cell Biology, 2017.
Fonte: Boletim UFMG nº 1968 e Alexander Birbrair