Biomédica faz descoberta inédita sobre inflamação e obesidade
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O tecido adiposo - onde a gordura fica armazenada - tem um limite. Se a pessoa engorda demais, pode ter também uma inflamação. Essa é uma reação do sistema imunológico para conter o excesso de gordura que escapa das células.
O problema é que o processo pode ter um efeito dominó, inflamando também as células de gordura e, depois, o corpo todo. Algumas doenças estão associadas a esse mecanismo da obesidade, como o diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares e cânceres.
Em busca de “descobrir a cura das doenças”, a biomédica Angela Castoldi estudou a relação entre o sistema imunológico e a obesidade.
Camundongos que não possuem um gatilho para inflamação nos macrófagos não ficam obesos, mesmo comendo muita gordura. Essa foi uma das descobertas da tese de doutorado da biomédica.
Ela afirma que não encontrou a cura para a obesidade - em vez disso, trouxe mais conhecimento sobre os mecanismos que podem fazer (ou não) o corpo engordar.
Esse gatilho para a inflamação é a molécula MyD88, presente em quase todas as células. Quando MyD88 foi retirada dos macrófagos, os camundongos foram protegidos da obesidade. Retirada das células de gordura, não houve diferença.
Mas, quando MyD88 foi retirada do corpo todo dos camundongos, eles engordaram demais.
Na última parte de sua pesquisa de doutorado, Angela Castoldi descobriu outra forma de inflamação ligada ao excesso de peso - e que envolve a molécula dectina 1. Ela pode ser mais danosa que a tradicional e fez os pesquisadores reverem o conceito de vilã que a inflamação clássica carrega. Até então, essa via inflamatória - como dizem os cientistas – da dectina 1 só era conhecida em infecções por fungo e em alguns casos de câncer.
Seu trabalho foi publicado no periódico Cell Reports, e você pode lê-lo aqui: Dectin-1 Activation Exacerbates Obesity and Insulin Resistance in the Absence of MyD88.
Sua pesquisa de doutorado venceu o prêmio Tese Destaque USP 2016 na categoria ciências biológicas. A pesquisa foi realizada no Instituto de Ciências Biomédicas da USP, sob orientação do médico Niels Olsen Câmara e com colaboração da bióloga Marilia Seelaender.
Confira os vídeos:
Imagem: divulgação/YouTube