5 dicas de como liberar um laudo com resultado alterado
Antes de continuar a leitura do texto, quero te convidar para conhecer meus cursos:
- Hematologia básica clique aqui
- Anemias clique aqui
- Onco-hematologia clique aqui
- Interpretando o hemograma clique aqui
- Curso de Hematologia (10% off) clique aqui
- Preparatório de Análises Clínicas para Residência e Concurso clique aqui
Continue agora com a sua leitura do texto. Espero que goste.
Quem trabalha com análises clínicas com certeza já se deparou com uma situação em que o resultado do paciente está muito alterado.
Se você está começando agora e ainda não tem experiência nessas situações, vou deixar aqui algumas dicas e sugestões de o que fazer nesses casos.
Possíveis situações
Podemos nos deparar com duas situações:
- Temos todas as informações e histórico médico e laboratorial do paciente;
- A única informação que temos disponível é o pedido médico, com poucos dados sobre o paciente e a amostra que foi coletada.
Se você está na situação 1 é mais fácil para liberar o laudo do exame. Olhe no histórico do paciente e veja se os exames anteriores possuem a mesma alteração.
Se você estiver num laboratório hospitalar, é possível até ver qual a patologia do paciente, procedimentos aos quais ele foi submetido, resultados de anatomopatológico, entre outras informações.
Sabendo disso, você pode relacionar o resultado atual com os anteriores e liberar o laudo com confiança.
Agora, se o resultado atual é discrepante com os anteriores, é necessário fazer uma investigação mais detalhada. O mesmo ocorre quando você está na situação 2, com poucas informações sobre o paciente.
Confira o que fazer:
1 - Confirme se a amostra é realmente do paciente
Sabemos que a maior parte dos erros acontece na fase pré-analítica, então sempre temos que desconfiar de uma etiqueta colada errada, ou se a amostra foi coletada do paciente certo.
Deve-se ainda verificar se a amostra foi coletada no tubo certo e na proporção certa. Caso contrário, a amostra pode ficar diluída ou concentrada, e o resultado não será fidedigno.
Esses erros devem ser evitados a todo custo, por isso ter uma equipe de coleta bem treinada é crucial.
2 - Verifique a calibração do aparelho, reagentes e controles internos
Após excluir um possível erro de coleta, temos que procurar por possíveis erros na fase analítica.
Como atualmente a maioria dos laboratórios trabalha com automação, temos que ter certeza que os aparelhos estão funcionando adequadamente.
Para isso, temos que passar e verificar os controles internos, e sempre que necessário calibrar novamente o aparelho.
Outro item importante são os reagentes. Verifique se ainda estão na validade, se foram armazenados no local adequado e se a quantidade no aparelho é suficiente para fazer os testes.
Às vezes, um erro aleatório como uma bolha que entra no sistema, pode causar um resultado anormal, mas com a repetição do exame com a mesma amostra o resultado se normaliza. Por via das dúvidas, se for viável, passe uma terceira vez para garantir.
3 - Converse com o médico
Se você estiver num laboratório hospitalar, pode ir até a clínica em que o paciente está internado e conversar com o médico atendente e ver se aquele resultado é esperado, ou se o paciente passou por algum procedimento recentemente, como por exemplo receber transfusão sanguínea.
Se você trabalhar num laboratório particular também é possível entrar em contato com o médico solicitante e conversar sobre o paciente.
4 - Ligue para o paciente*
Se você tem acesso ao telefone do paciente, entre em contato e faça algumas perguntas, como que tipo de medicamento ele usa, por que o médico solicitou aquele exame, etc.
Muitas vezes, quando eu ia conferir exames de hemostasia e ficava com dúvida, ligava para o paciente e perguntava se ele estava usando algum anticoagulante oral ou tinha algum problema hepático, por exemplo. E, na maioria das vezes, a resposta era sim. Isso me dava confiança em liberar um TTPa alterado, por exemplo.
Nesses casos, geralmente, o paciente até já sabe que vai dar alterado, pois se for um exame que ele faz com frequência terá familiaridade com os resultados.
*Em alguns casos, ligar para o paciente não é uma boa opção, como por exemplo se for um resultado de sorologia para HIV ou HCV. O laboratório deve seguir os protocolos estabelecidos internamente ou pela legislação vigente.
5 - Peça uma nova coleta
Se nenhuma das opções resolveu o problema, o pedido de recoleta é uma opção.
Peça para o paciente comparecer ao laboratório, se possível acompanhe a coleta de perto e aproveite para conversar com ele.
Se o resultado continuar alterado, libere o laudo informando que você repetiu o exame, inclusive numa segunda amostra.
Conclusão
Se você fez tudo isso, poderá liberar o laudo sabendo que as chances são grandes de ser uma alteração do paciente e não um erro do laboratório.
Existem várias formas de você liberar um laudo com confiança. NUNCA libere um resultado se você tem alguma dúvida ou que não sabe explicar.