Como lidar com agregados plaquetários no laboratório clínico
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O que causa a formação de agregados plaquetários em amostras de EDTA?
Embora o EDTA seja um anticoagulante comumente usado em amostras de sangue para hemograma, ele pode induzir a formação de agregados plaquetários em alguns casos.
A causa exata para isso ainda não é totalmente compreendida, mas acredita-se que fatores como temperatura, pH e concentração do EDTA, juntamente com características individuais do paciente, podem contribuir para o problema.
Quais são os problemas associados à presença de agregados plaquetários?
Agregados plaquetários podem interferir na contagem automatizada de plaquetas, levando a resultados falsamente baixos.
Isso pode ter implicações clínicas significativas, como atrasos no diagnóstico e tratamento de trombocitopenia, além de gerar custos adicionais com recoleta e reanálise de amostras.
Como os agregados plaquetários são detectados?
A maioria dos analisadores hematológicos modernos possui algoritmos que detectam a presença de agregados plaquetários e emitem um sinal de alerta, chamado de "flag de agregação plaquetária".
Porém, estudos indicam que esses flags nem sempre são confiáveis e podem ocorrer em até 20% das amostras, mesmo na ausência de agregados plaquetários.
O que pode ser feito para dissolver os agregados plaquetários?
A vortexação da amostra, que consiste em agitá-la vigorosamente em um aparelho chamado vórtex, tem se mostrado eficaz na dissolução de agregados plaquetários.
Estudos indicam que a vortexação por 1 a 2 minutos, em uma intensidade de 8 a 10, é suficiente para desagregar a maioria dos agregados.
A vortexação afeta os resultados de outros parâmetros do hemograma?
Estudos mostram que a vortexação não afeta significativamente os resultados da contagem de eritrócitos, hemoglobina e hematócrito.
No caso da contagem de leucócitos, pode haver uma pequena redução, já que alguns agregados plaquetários podem ser erroneamente contados como leucócitos.
No entanto, essa variação geralmente é clinicamente insignificante.
Em quais situações a vortexação de amostras com flag de agregação plaquetária é recomendada?
A vortexação é especialmente recomendada para amostras com contagem de plaquetas cujo equipamento apresentou o alerta de agregados plaquetários e sem outras anormalidades no hemograma.
Nestes casos, a vortexação pode evitar a necessidade de recoleta da amostra, agilizando a liberação dos resultados e reduzindo custos.
Existem casos em que a vortexação não é suficiente para dissolver os agregados plaquetários?
Sim, em alguns casos, a vortexação pode não ser suficiente para dissolver agregados plaquetários, especialmente quando estes são muito grandes ou numerosos.
Nestas situações, a análise da lâmina de sangue periférico é essencial para confirmar a presença de agregados e determinar a necessidade de recoleta da amostra.
Quais são as recomendações para a implementação da vortexação em laboratórios de hematologia?
Cada laboratório deve estabelecer um protocolo padronizado para o tratamento de amostras com flag de agregação plaquetária, incluindo critérios para a vortexação, tempo e intensidade da agitação, e procedimentos para a análise microscópica da distensão sanguínea quando necessário.
A validação do protocolo é fundamental para garantir a qualidade dos resultados e a segurança do paciente.
Referência
Mundt, Lillian. “Vortexing specimens to disaggregate platelet clumps in EDTA specimens.” Laboratory medicine vol. 55,4 (2024): 439-441. doi:10.1093/labmed/lmad105