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Atualização: Os ensaios de liberação de interferon-gama (IGRA) têm sido desenvolvidos como potenciais substitutos para o Teste Tuberculínico. Os IGRA realizam a quantificação in vitro da resposta imune celular pela detecção de interferon-gama, uma citocina liberada pelas células T, sensibilizadas pelo estímulo com antígenos específicos do M. tuberculosis.
O teste tuberculínico serve como um simples método de diagnóstico para tuberculose, causada pelo Mycobacterium tuberculosis. A prova está indicada na investigação da infecção latente pelo M. tuberculosis (ILTB) no adulto e na investigação da infecção latente e de TB doença em crianças. Também, pode ser utilizada em estudos epidemiológicos.
A teste evidencia uma reação de hipersensibilidade do organismo diante das proteínas do bacilo da tuberculose, após contato com o M. tuberculosis. O teste sofre interferência da vacinação BCG e de micobactérias não tuberculosas, mas não sensibiliza não infectados, mesmo que repetido várias vezes.
Uma pequena quantidade de derivado proteico purificado (purified protein derivative ou PPD) é aplicada por via intradérmica.
A substância é purificada para prevenir o desenvolvimento da tuberculose no paciente em que se está fazendo o teste, mas ainda pode reagir no paciente que tem a doença.
Se o local da aplicação tornar-se vermelho e inchado com um nódulo (pápula) duro é muito provável que o paciente tenha tuberculose.
Porém, esse teste serve apenas de triagem. Caso o resultado seja positivo serão necessários vários outros exames como radiografia torácica, cultura e exame direto (BAAR) e exames imunológicos, para confirmar o diagnóstico.
Pacientes que tomaram a vacina BCG podem apresentar resultado positivo, por isso é importante a confirmação por outros métodos.
Como realizar o exame
No Brasil, a tuberculina usada é o PPD RT23, aplicado por via intradérmica no terço médio da face anterior do antebraço esquerdo, na dose de 0,1 mL.
Materiais
- Seringas descartáveis tipo tuberculínica (1 mL), com graduação em milímetros; ou similares.
- Agulha 13 x 3,8 mm; ou similares.
- Caixa térmica.
- Gelo reciclável.
- Termômetro para o controle da temperatura.
- Caixa coletora para materiais perfurocortantes.
- Frascos de PPD Rt 23 2UT.
- Toalha de papel e recipiente com algodão.
- Saco de lixo.
- Algodão hidrófilo.
- Óculos protetores e luvas de procedimento.
- Fichas de prova tuberculínica para anotação do resultado.
Armazenamento
A tuberculina deve ser conservada em temperatura entre 2 °C e 8 °C na geladeira.
Após a abertura do lacre do frasco da tuberculina, caso não haja contaminação, durante a retirada do produto para a injeção, este poderá ficar estável por no máximo duas a três semanas.
Caso a conservação esteja inadequada ou suspeita de contaminação, utilizar no máximo em 24h.
Aplicação
CDC
O teste é realizado mediante a injeção intradérmica de 0,1 mL de solução de tuberculina, em ângulo de 5 a 15 graus.
A tuberculina deve ser aspirada e aplicada imediatamente.
A área mais apropriada é o terço médio ventral do antebraço, de preferência esquerdo. Anotar na ficha do paciente o braço no qual foi aplicado o PPD.
A injeção deve ser realizada na camada mais superficial da pele (intradérmica) visto que, caso seja realizada mais profundamente, a reação será de leitura difícil.
Quando a injeção é realizada corretamente, há a formação de pequena pápula pálida com aproximadamente 10 mm de largura, com aspecto de “casca de laranja” e que se mantém endurecida por cerca de dez minutos.
Leitura
O resultado deve ser avaliado após 48 a 72 horas, podendo ser estendido até 96 horas.
A reação positiva se observa quando há uma infiltração nodular, plana e irregular (pápula), acompanhada de área eritematosa (avermelhada) de extensão mais ou menos delimitada.
Deve-se medir o tamanho apenas do nódulo (pápula) com uma régua milimétrica no sentido transversal em relação ao maior eixo do braço (imagem) e anotar o resultado em milímetros.
CDC
Interpretação
É considerado como infectado pelo M. tuberculosis o paciente que tiver enduração igual ou superior a 5 mm.
A seguir, apresentam-se os algoritmos diagnósticos para avaliação da PT e do tratamento da ILTB em diferentes situações clínicas.
Um teste cutâneo negativo não exclui a doença em pacientes imunocomprometidos e pacientes com tuberculose avançada podem ser anérgicos (não reagir).
Pacientes vacinados com BCG poderão ter o teste positivo.
Um teste tuberculínico negativo não pode ser o único critério para excluir o diagnóstico de tuberculose
Referências
Técnicas de aplicação e leitura da prova tuberculínica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
Testing for Tuberculosis Infection and Disease. CDC.
Imagem principal: Greg Knobloch – CDC.