Principais metodologias utilizadas no exame parasitológico de fezes

Por Brunno Câmara - segunda-feira, fevereiro 23, 2015

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métodos parasitológicos

O exame parasitológico de fezes (EPF) é utilizado no diagnóstico de parasitos intestinais, através das formas parasitárias eliminadas nas fezes. Na microscopia podemos visualizar ovos e larvas de helmintos, cistos, trofozoítos ou oocistos de protozoários.

Muitas vezes o número de formas parasitárias eliminadas com as fezes é pequeno, havendo necessidade de recorrer a processos de enriquecimento para concentrá-las. Os principais processos de enriquecimento são:

Sedimentação espontânea

Método de Hoffman, Pons e Janer, também conhecido como método de Lutz. Permite o encontro de ovos e larvas de helmintos e de cistos de protozoários.


http://youtu.be/kYtW6lNiNPo

Sedimentação por centrifugação

Método de Blagg (também conhecido por método de MIFC), método de Ritchie, Coprotest. Usados para a pesquisa de ovos e larvas de helmintos, cistos e alguns oocistos de protozoários.

Flutuação espontânea

Método de Willis. Indicado para a pesquisa de ovos leves (principalmente ancilostomídeos).

Centrífugo-flutuação

Método de Faust. Usado para a pesquisa de cistos e alguns oocistos de protozoários, permitindo, também, o encontro de ovos leves.


http://youtu.be/ZFuSr4muPP0

Concentração de larvas de helmintos por migração ativa, devido ao hidrotropismo e termotropismo positivos

Método de Baermann-Moraes e método de Rugai. Indicados para a pesquisa de larvas de Strongyloides stercoralis.

Método de Kato-Katz

Além destes, o método de Kato concentra os ovos de helmintos através de filtração em tela metálica ou de náilon, de uma determinada malha, que retém os detritos maiores e permite a passagem dos detritos menores e ovos, ocorrendo, consequentemente, a concentração destes últimos na amostra fecal.

Sua visualização é facilitada pelo emprego de uma solução de verde malaquita. A preparação obtida não permite a visualização de cistos de protozoários, apesar de estes passarem através da tela.

Escolhendo o método

As formas parasitárias têm peso e sobrevida diferentes, então, não há um método capaz de detectá-las todas ao mesmo tempo. Alguns métodos são mais abrangentes, como por exemplo a sedimentação espontânea e métodos de centrifugação, e outros são específicos para determinado parasito.

Como, na maioria das vezes, o pedido médico não informa a suspeita clínica, um método geral é o mais utilizado.

Com informações de NEVES, D. P. Parasitologia Humana. Editora Atheneu.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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