Pesquisadores descobrem como a Talidomida causa malformações fetais
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Imagem/divulgação: CBC News
Após mais de 60 anos dos casos de malformações fetais causadas pela talidomida, pesquisadores finalmente descobriram como a droga produz tais defeitos.
O artigo foi publicado ontem (01 ago 2018), no periódico eLife (link no final do post).
História - A talidomida foi comercializada na Alemanha na década de 50 e era prescrita como sedativo e hipnótico, prometendo curar ansiedade, insônia e até gastrite. Após, foi utilizada no tratamento de náusea e para aliviar os enjoos em gestantes. Logo após, milhares de crianças nasceram com malformações em várias partes do corpo. Atualmente, o medicamento é utilizado como um agente antiangiogênico no tratamento de algumas doenças, como o mieloma múltiplo.
Após anos de pesquisas, os pesquisadores descobriram que a talidomida atua estimulando a degradação de uma variedade de fatores de transcrição, incluindo um chamado de SALL4. Como resultado, tal fator de transcrição é removido das células.
A degradação do fator SALL4 interfere no desenvolvimento dos membros (braços e pernas) e outros aspectos do crescimento fetal. O resultado é um espectro de complicações ligadas à talidomida: deformações nos membros e órgãos defeituosos em crianças cujas mães fizeram uso da droga durante a gravidez.
Talidomida. Fonte: Blog Quimikinha
Evidências para esses achados vieram de relatos na literatura médica. Indivíduos que possuem uma mutação no gene que codifica para o fator SALL4 geralmente nascem sem dedos, membros subdesenvolvidos, defeitos auditivos e visuais, além de doença cardíaca congênita – problemas muito semelhantes àqueles apresentados pelos fetos expostos à talidomida.
Conhecer esses mecanismos é importante para o desenvolvimento de novas drogas e para entender como elas funcionam.
Artigo
Katherine A Donovan, Jian An, Radoslaw P Nowak, Jingting C Yuan, Emma C Fink, Bethany C Berry, Benjamin L Ebert, Eric S Fischer. Thalidomide promotes degradation of SALL4, a transcription factor implicated in Duane Radial Ray Syndrome. eLife, 2018; 7 DOI: 10.7554/eLife.38430