Publiquei meu primeiro artigo científico - Bocavírus humano em pacientes submetidos ao TACPH
Por Brunno Câmara - terça-feira, abril 16, 2019
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Clique aqui para acessá-lo: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/jmv.25486
Aqui vou contar um pouco sobre o trabalho e dos bastidores para vocês.
Bocavírus humanos (HBoV)
O primeiro relato de HBoV ocorreu em 2005, em amostras respiratórias de crianças com infecção do trato respiratório inferior.
Após as análises filogenéticas, foi verificado que as sequências genômicas desse vírus eram semelhantes com as dos vírus minuto canino e parvovírus bovino.
Então, foi assim que o HBoV recebeu esse nome: BO de bovino, e CA de canino.
Com o passar do tempo, descobriu-se que existem outros genótipos de HBoV. Então, atualmente temos conhecimento de quatro: HBoV-1, HBoV-2, HBoV-3 e HBoV-4.
Os HBoVs são encontrados principalmente em amostras de fezes, respiratórias e soro. Mas já se tem relato da sua presença em vários outros tecidos humanos.
Como é um vírus que foi recentemente descoberto, muita coisa sobre a sua patogenicidade ainda precisa ser elucidada.
Meu projeto de pesquisa
Fiz meu mestrado no Laboratório de Virologia e Cultura de Células, IPTSP-UFG. Minha orientadora trabalha principalmente com vírus gastroentéricos e respiratórios, como rotavírus, norovírus, adenovírus, sapovírus entre outros, dentre eles os HBoVs.
Quando entrei, me interessei pela linha de pesquisa na qual tinha como objetivo pesquisar a presença de diversos vírus em pacientes que fizeram o transplante alogênico de células progenitoras hematopoiéticas (TACPH).
Essa população de pacientes transplantados ficam imunocomprometidos, e mais suscetíveis a infecções fúngicas, bacterianas e virais. E isso pode trazer sérias complicações clínicas a eles.
Essa população de pacientes transplantados ficam imunocomprometidos, e mais suscetíveis a infecções fúngicas, bacterianas e virais. E isso pode trazer sérias complicações clínicas a eles.
Então, meu trabalho de mestrado foi padronizar a técnica de PCR quantitativa em tempo real (qPCR) para a detecção e determinação da carga viral em amostras de fezes e soro dos pacientes.
Foi a etapa mais desafiadora, pois tive que construir um plasmídeo recombinante, por meio de clonagem bacteriana, para a parte da quantificação do vírus, e essa padronização demorou nove meses para ficar pronta. Mas, enfim deu certo e pude analisar as amostras dos pacientes.
Claro que não fiz tudo sozinho. Tive ajuda de várias pessoas do laboratório, a maioria inclusive também são co-autores do artigo que foi publicado. E aproveito aqui para já deixar meu agradecimento por toda essa ajuda.
Foi a etapa mais desafiadora, pois tive que construir um plasmídeo recombinante, por meio de clonagem bacteriana, para a parte da quantificação do vírus, e essa padronização demorou nove meses para ficar pronta. Mas, enfim deu certo e pude analisar as amostras dos pacientes.
Claro que não fiz tudo sozinho. Tive ajuda de várias pessoas do laboratório, a maioria inclusive também são co-autores do artigo que foi publicado. E aproveito aqui para já deixar meu agradecimento por toda essa ajuda.
Resultados
Como já esperávamos, devido a outras pesquisas do laboratório que já tinham detectado adenovírus, norovírus e reativação de citomegalovírus nesses mesmos pacientes, também encontramos o HBoV.Bom, em resumo, detectamos a presença do HBoV em 8 de 19 pacientes, em pelo menos um tipo de amostra (fezes e/ou soro). Em comparação com a literatura, essa positividade para HBoV de 42,1% é elevada.
A carga de HBoV foi maior nas fezes do que no soro, e detectamos o vírus de forma intermitente em alguns casos e depois de muito tempo após o transplante.
Outro achado importante é que, na maioria dos casos, a positividade nas fezes foi detectada primeiramente, antes da detecção da viremia (vírus no sangue/soro).