Como diferenciar Leucemias de Linfomas

Por Brunno Câmara - terça-feira, agosto 04, 2020

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A grande diferença entre leucemias e linfomas é que, geralmente, as leucemias têm início na medula óssea, enquanto que os linfomas começam nos linfonodos (e tecidos linfoides).

A partir daí, cada doença pode se disseminar para outras partes do corpo.
As leucemias podem eventualmente envolver os linfonodos, e os linfomas podem infiltrar-se na medula óssea.

Nesses casos, a distinção entre as doenças fica mais complexa e desafiadora.

A primeira coisa a fazer é estabelecer onde as células neoplásicas estão.

Se for no sangue, avalie as células e procure por blastos. Se a quantidade estiver em 20% ou mais dos leucócitos totais (MO ou SP), então você provavelmente está lidando com uma leucemia aguda.

Você pode procurar também nos blastos por características específicas das linhagens mieloide ou linfoide, como os bastões de Auer (blastos seriam mieloides).

Outras abordagens seriam a imunofenotipagem por citometria de fluxo, para identificar os marcadores de superfície das células, e citogenética, para procurar por rearranjos cromossômicos.

Se as células no sangue periférico estão mais maduras, então provavelmente trata-se de uma leucemia crônica, que também podem ser de origem mieloide ou linfoide, como a LMC e a LLC.

Atenção! Em alguns tipos de linfomas, podemos encontrar células circulantes no sangue como no linfoma folicular, linfoma de Burkitt, etc.

Se o tumor está localizado em um linfonodo, então podemos praticamente excluir um processo mieloide, já que neoplasias mieloides são raras no linfonodos.


Então você está lidando com um linfoma ou uma leucemia de origem linfoide.

A Leucemia Linfocítica Crônica, por exemplo, é considerada como sendo a mesma doença que o Linfoma Linfocítico de células pequenas. O que diferencia é a localização das células neoplásicas. No sangue, leucemia; no linfonodo, linfoma.

No caso dos linfomas, para o diagnóstico é importante analisar sua estrutura e organização celular por meio da histologia e imunohistoquímica de linfonodos retirados por biópsia excisional (retira do linfonodo inteiro, não somente de um fragmento).

Do mesmo modo, é necessário fazer exames complementares para chegar ao diagnóstico final, como imunofenotipagem, exames de imagem, citogenética e biologia molecular.

Brunno Câmara Autor

Brunno Câmara - Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia / experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
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